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Jenipapo: a única batalha pela independência do Brasil

Passava das 14h do dia 13 de março de 1823 quando chegou ao fim o confronto entre tropas portuguesas e combatentes locais no que ficou conhecido como Batalha do Jenipapo, na zona rural do município de Campo Maior, no Norte do Piauí. Após cinco horas de entrave sangrento, o gripo de Dom Pedro enfim começava a se consolidar. 


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“O ato de Dom Pedro, o Grito do Ipiranga, não serviu para o Piauí, Maranhão e Pará, que eram estados que Portugal pretendia manter sob seu domínio. Para isso foi enviado para a região o major João José da Cunha Fidié, que tinha a missão de manter esses estados unidos a coroa portuguesa. Ele foi enfraquecido na Batalha do Jenipapo, em seguida e só assim a independência se consolidou em todo o território nacional”, resume do historiador Caio Teixeira. 

Essa é considerada a única batalha no processo de independência do Brasil. Sua consequência está cada dia mais ganhando espaço na historiografia nacional, o que não se sabe ao certo ainda é o saldo das perdas daquela luta. O escritor Monsenhor Joaquim Chaves, na obra O Piauí nas lutas de independência do Brasil, enumera que o confronto deixou mais de 200 mortos e feridos (apenas 20 homens das tropas portuguesas), mas o número não é consenso. 


Foto: Arquivo O Dia

“Quando se deu a derrota, os patriotas, em retirada, levaram o pânico aos habitantes da Vila (Campo Maior). Com a notícia de que Fidié se aproximava vitorioso, fecharam-se as casas precipitadamente. Mulheres e crianças, num choro angustioso, corriam atarantadas pelas ruas procurando saber dos fugitivos o que ocorrera com seus entes queridos que não haviam voltado. Dentro da Vila era o caos”, narra Monsenhor Joaquim Chaves. 

O historiador Caio Teixeira explica que houve outros confrontos menores e isolados em outros estados contra os portugueses, contudo, uma batalha com tanta gente envolvida, com as estratégias utilizadas e a disparidade de armas aconteceu somente em território piauiense. No Monumento aos Heróis do Jenipapo, às margens da BR 343, em Campo Maior, as sepulturas sem identificação guardam a memória de todos que ali tombaram. 

“Sempre passava aqui e nunca tinha parado. É um marco importante na Independência do Brasil e que a gente precisa mostrar para as novas gerações para que eles conheçam e sintam orgulho dessa história”, defendeu o servidor público Cristiano César, ao conhecer o palco da Batalha pela primeira vez com a família. 

No próximo ano, a Batalha do Jenipapo completará seu bicentenário em grande estilo. A história ganhará um filme, um documentário e uma extensa programação que é preparada pelo Governo do Estado e pela Prefeitura de Campo Maior.