O Piauí é o segundo estado brasileiro com famílias em insegurança alimentar grave. É o que aponta o estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan), divulgado nesta quarta-feira (14).
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Segundo o levantamento, 34,3% das famílias piauienses entrevistadas relataram ter dificuldade na compra de alimentos, o que as levou a reduzir a quantidade de itens da cesta básica. O estado ficou atrás apenas de Alagoas, onde 36,7% das famílias estão em insegurança alimentar grave. Em terceiro lugar, está o Amapá, com 32% dos domicílios nessa situação. Em seguida, estão Pará e Sergipe, com 30% da população atingida.
(Foto: Reprodução/Getty Images)
Para realização da pesquisa, mais de 12 mil domicílios em 577 cidades foram visitados entre novembro de 2021 e abril deste ano. Os dados dão conta de que, em todo o Brasil, três em cada dez famílias estão sofrendo insegurança alimentar moderada ou grave. Em 2022, 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer.
O estudo levou em consideração os indicadores sociodemográficos e benefícios sociais, onde foi constatado que a insegurança alimentar moderada e grave cresceu mesmo nos domicílios que recebiam auxílio financeiro do governo.
O resultado aponta que a situação dos habitantes da zona rural é mais grave. Já em relação à área urbana, cerca de 27,4 milhões de pessoas estão famintas, um número estarrecedor. A pesquisa destaca ainda que o aumento da fome na população negra é de 70% e as mulheres, por sua vez, são as mais impactadas pela fome.
Outro ponto ressaltado é em relação ao número de endividamento das famílias brasileiras como consequência após a crise econômica durante a pandemia da Covid-19. Houve relato de endividamento em consequência da pandemia em 41,6% das famílias, sendo a maior proporção no Norte e Nordeste, onde chegou a 46,7% e 46,0%, respectivamente. Tal condição acaba agravando a vulnerabilidade das famílias e, por consequência, a fome.
O que é insegurança alimentar?
A insegurança alimentar ocorre quando uma pessoa, ou família, não possui acesso a alimentos suficientes para satisfazer as suas necessidades. Essa situação pode ser temporária ou crônica e pode ser causada por diversas questões, como desemprego, pobreza, preços elevados, entre outros.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a insegurança alimentar pode ser classificada em três níveis. São eles:
Leve: Incerteza quanto ao acesso a alimentos em um futuro próximo e/ou quando a qualidade da alimentação já está comprometida;
Moderada: Quantidade insuficiente de alimentos;
Grave: Privação no consumo de alimentos e fome.