Apesar de afirmar ser favorável à instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para apurar a condução da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) pelo Governo Federal e demais Entes, o senador Marcelo Castro (MDB) avalia, no entanto, que o momento é “inoportuno” para este tipo de discussão, motivo que o fez não assinar o requerimento protocolado por seus pares na Casa.
"Não assinei a CPI. Não que eu seja contra que se investigue e apure aquilo que deve ser apurado. Mas no momento em que estamos passando no Brasil, com o pico da pandemia e 4 mil mortes por dia, entendo que seria mais adequado nos unirmos para enfrentar isso. Se dependesse de mim, eu deixaria a CPI para um momento mais oportuno, talvez daqui a alguns meses", declarou o parlamentar
Marcelo Castro (Foto: Elias Fontenele/Arquivo/ODIA)
Titular da Comissão Temporária criada pelo Senado para acompanhar as questões de saúde pública relacionadas à Covid-19, que em sua última reunião discutiu a transferência de tecnologia ao Brasil e a quebra de patentes para a produção de vacinas, Castro reconhece a constitucionalidade e a necessidade de se investigar possíveis irregularidades, mas teme que a a discussão termine não cumprindo com seu objetivo.
Isso porque aliados do Governo Federal, antes contrários à abertura da CPI da Pandemia, passaram a não apenas a defender mas articular a inclusão de prefeitos e governadores, como os também senadores piauienses Ciro Nogueira (Progressistas) e Elmano Férrer (Progressistas). "A CPI tem um foco, investiga um fato determinado. Se for fazer uma CPI genérica, pra União, estados e municípios, nós podemos perder em qualidade", pontuou o emedebista.
Na semana passada, o ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), aceitasse o requerimento para a instalação da CPI. A previsão é que o documento seja lido em plenário nesta terça-feira (13). Após esta etapa, haverá a indicação dos membros e definição do presidente e relator dos trabalhos do colegiado.
CPI do Apagão Aéreo
Por fim, Marcelo Castro relembrou que já foi presidente da CPI do Apagão Aéreo, em 2007. Para ele, a atuação da comissão foi satisfatória naquela ocasião, por trazer resultados na apuração dos fatos à época. "Caiu toda a diretoria da ANAC, caiu toda a diretoria da Infraero, caiu o ministro da Defesa, foi uma verdadeira revolução e, o mais importante, foi resolvido o problema dos controladores de voo. De lá pra cá não tivemos mais que passar por isso", destacou.