A expansão dos limites de atuação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para além dos estados do Nordeste é alvo de críticas por parte do senador Elmano Férrer (Podemos). Para ele, esta não é a maneira correta de enfrentamento dos problemas da região já que descaracteriza o órgão.
“O semiárido continua desafiando a todos. A Sudene [Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste] agoniza, o Dnocs [Departamento Nacional de Obras Contra as Secas] com seus 100 anos está na UTI há muito tempo. E hoje a Codevasf está fazendo calçamento, praças e muitas coisas que cabe aos municípios fazerem. Ela não foi criada para isso”, reclamou o parlamentar.
Foto: O Dia
Criada em 1974 com intuito de promover o desenvolvimento da região do Rio São Francisco, a Codevasf foi alargando sua abrangência para a bacia do rio Parnaíba e, em 2017, leis federais incluíram em sua área de atuação bacias cujos rios estão em Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Tocantins e ao Distrito Federal.
Férrer cobrou autocrítica da Codevasf na última quinta-feira (29), durante sessão especial no Senado pelos 45 anos da companhia. Ele entende que esta expansão pode, a longo prazo, resultar em fracasso. “Temos que parar com essa história de criar instituições e estendê-las para o território afora. A Codevasf existe para o São Francisco. Nós não podemos desvirtuar os objetivos pelos quais ela foi criada”, finalizou.