Marcelo Castro diz que reforma tributária será prioridade no senado
Na última semana, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) participou de reunião virtual com os idealizadores do Movimento Destrava Brasil: Luiz Carlos Hauly e Miguel Abuhab. O objetivo do encontro foi apresentar ao parlamentar os benefícios da PEC 110, que unifica nove impostos (ICMS, ISS, IPI, IOF, PIS, Cofins, Pasep, Cide e Salário educação) em um único imposto de valor agregado (IBS), seguindo duas regras de ouro: não aumentar a carga tributária, nem mexer na partilha dos entes.
Durante a solenidade Marcelo revelou que a matéria está entre as prioridades no senado federal para o segundo semestre deste ano.
"Me coloco à disposição para ajudar no que for preciso, pois a reforma tributaria é prioridade", afirmou o senador Marcelo Castro.
O colaborador e defensor da PEC 110 e fundador do Movimento Destrava Brasil, o deputado Luiz Carlos Hauly, enfatiza a urgência da reforma para o país e a participação dos vários atores na pauta. "Muito importante contar com o apoio do senador Marcelo Castro. Defendemos a reforma completa e ampla, que vai tornar o Brasil um país rico e com justiça social. A PEC 110 é de autoria de 66 senadores e senadoras e já foi amplamente debatida pelo Senado e também na Câmara."
Hauly ressalta, ainda, a união da sociedade em torno de uma reforma ampla, que possa simplificar ao máximo a incidência de impostos sobre a base consumo e, assim, reativar a economia.
A simplificação proposta pela PEC 110 é amparada em uma reengenharia tributária e tecnológica, desenhada pelo modelo Abuhab, que preconiza a cobrança automática e eletrônica do tributo a cada transação comercial (eliminando os problemas dos tributos autodeclaratórios e de recolhimento de iniciativa do contribuinte) e com valor agregado a cada operação (eliminando também o problema da descompatibilização financeira do contábil/fiscal).
Com a unificação de tributos na base de consumo, serão eliminados: a inadimplência, o contencioso tributário e a guerra fiscal. "A reforma tributária vai promover maior justiça social, pois aumentará a arrecadação de impostos sem aumentar a carga, beneficiando os três entes federativos que compartilham o sistema fiscal, governo federal, estados e municípios. Com isso, as famílias mais pobres, hoje penalizadas por uma carga de impostos que consome 53,9% de seus orçamentos, serão beneficiadas", completou Abuhab.
Setores beneficiados
A PEC 110 prevê alíquotas menores para setores essenciais como alimentos, medicamentos, saneamento básico e logística reversa, transporte público, saneamento e educação, além de seletividade socioambiental na aplicação dessas alíquotas. Estabelece ainda, entre outras medidas, o crédito financeiro na apuração dos impostos entre micro e pequenas empresas.
Contexto mundial
Das três únicas bases tributáveis conhecidas no mundo (patrimônio, renda e consumo), esta última possui tributos chamados de indiretos pelos juristas ou regressivo pelos economistas, pois ao passo que se aumenta sua carga, se inibe a circulação do dinheiro e a economia não gira. No Brasil, chegamos a 54% da arrecadação total dos governos nessa base, enquanto nos EUA a incidência é de 17% e a média na OCDE é de 33%.
Segundo o Banco Mundial, no relatório Doing Business, o Brasil é o 129º país em termos de ambiente de negócios e o 184º pior sistema tributário dentre 190 países pesquisados. Essa autorregulação está na origem da autofágica guerra fiscal, que custa caro para quem tenta andar na linha (1% do PIB de custo da burocracia tributária).