O Ministério da Educação (MEC) vetou a abertura de sete cursos de Direito que haviam sido solicitados por Instituições de Educação Superior. Dois dos sete cursos seriam implantados no Piauí, sendo um na capital e outro em Parnaíba, litoral do Estado.
A decisão ocorreu em virtude de um parecer técnico por parte do MEC, após a realização de relatórios produzidos pela Comissão Especial de Direito à Educação da OAB Nacional e, no âmbito estadual, pela Comissão de Educação Jurídica da OAB Piauí, que já vem realizando esse trabalho há alguns meses.
Os relatórios foram criados após visitas por parte da Comissão da OAB Piauí às instituições de ensino que demonstraram interesse na abertura dos novos cursos de Direito. A medida teve o intuito de entender a viabilidade dos cursos no Estado.
O presidente da Comissão Especial de Direito à Educação da OAB Nacional, Thiago Carcará, ressaltou que a decisão do Ministério foi positiva. “É preocupante o elevado número de cursos de Direito pelo País sem parâmetros adequados para seus funcionamentos. O Instrumento de Avaliação dos Cursos utilizado pelo MEC, bem como seus diversos normativos, indicam que uma boa organização didático-pedagógica pode contribuir para o alcance de bons resultados”, frisa.
De acordo com os dados do MEC, OAB e Inep são 1.722 cursos de Direito no Brasil, autorizados pelo Ministério da Educação. O país conta com 1.177.389 advogadas e advogados inscritos na OAB. Apenas no Piauí, existem 34 cursos de Direito, sendo ofertadas 4.696 vagas anuais.
Thiago Carcará destaca ainda que esse número revela que o Brasil tem sete vezes mais cursos de Direito que os EUA, por exemplo. “Nos últimos 10 anos, o número de advogados dobrou, enquanto lá, o aumento foi de apenas 15%. É necessário que essas medidas sejam tomadas a fim de garantir que o profissional que exerce a advocacia chegue ao mercado de trabalho totalmente capacitado para atender os cidadãos”, pontua.
O presidente da OAB Piauí, Celso Barros Coelho Neto, reforça ainda a importância do Exame de Ordem, que representa uma aferição de qualidade dos bacharéis de Direito. “Precisamos levar em consideração o ensino qualitativo e não o quantitativo de cursos. Nossa intenção, enquanto Sistema OAB, é prezar pela qualidade dos cursos jurídicos, sobretudo na formação de profissionais preparados para bem defender o Estado Democrático de Direito e os seus constituintes”, destacou.