Com a ocupação total dos leitos de UTI covid-19 com pacientes nos principais polos de saúde do Estado, a preocupação que se tem agora, além da liberação de novas vagas, é com os insumos. Recentemente, o Brasil assistiu o caos se instalar na cidade de Manaus, Amazonas, com a falta de oxigênio que suprisse a demanda. E aqui no Piauí, essa questão já se torna uma preocupação real.
Em entrevista à reportagem da O Dia TV, a vice-governador do Piauí, Regina Sousa, falou que o Estado está construindo tanques nos hospitais para poder levar oxigênio aos pacientes graves. Segundo ela, a demanda pelos cilindros está muito alta e o tempo de duração de uma peça não é suficiente para garantir um abastecimento por tempo prolongado.
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“O cilindro tem que estar trocando de quatro em quatro horas, porque o máximo que ele dura, o maior deles, é quatro horas. Aqui no Piauí, nós estamos fazendo tanques onde está dando para fazer esse abastecimento e levar para os leitos o oxigênio. É um sufoco, uma logística complicada e piora ainda mais, porque não tem uma coordenação central”, diz Regina Sousa, se referindo às ações do Ministério da Saúde no que respeita ao combate à pandemia.
Regina Sousa, vice-governadora do Piauí - Foto: Assis Fernandes/O Dia
A vice-governadora criticou o que chamou de desorganização por parte do Governo Federal e disse que o presidente Jair Bolsonaro, com falas polêmicas questionando a eficácia da máscara e a própria magnitude da doença, “mais tem atrapalhado que ajudado”.
“O Governo Federal se omite desde o começo. Negam a doença, chamam de gripezinha, negavam que estava se alastrando e agora negam até a eficácia da máscara. Desestimulam as pessoas a se prevenirem e isso não tem perdão. Com isso, ele atrapalhou mais do que ajudou. Se for no ritmo que estamos hoje, com o Brasil inteiro sem leitos, vai faltar oxigênio. E só para lembrar: nos dois meses que começou a pandemia, já foi um sofrimento pra comprar respiradores, imagina agora”, disparou Regina Sousa.
Para tentar conter os índices da pandemia, os governadores brasileiros se articulam para decretar em conjunto medidas mais restritivas à circulação de pessoas. Ao menos 21 estados já se manifestaram a favor da iniciativa encabeçada pelo governador do Piauí, Wellington Dias, como presidente do Fórum Nacional de Governadores.
Para a vice-governadora, o locdown nacional é uma medida drástica, mas que no momento é necessária. Ela lembra que o bloqueio total de atividades e circulação de pessoas funcionou em outros países porque foi seguido à risca. “É bom, porque pega todo mundo sem exceção, é democrático. Aqui no Brasil tem essa exceção: decreta lockdown aí um deputado vai e faz uma lei pra dizer que o segmento que ele representa é essencial. Aí não funciona mesmo. O lockdown para ser mais curto e eficiente tem que ser nacional”, finaliza Regina Sousa.