Os moradores do Parque Progresso e Parque do Sol, zona Sudeste de Teresina, convivem há 25 anos com o esgoto a céu aberto passando em frente às suas residências. Além do mau cheiro, a população enfrenta problemas para se deslocar, devido ao acúmulo de lama, e de saúde.
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Diana Mendes reside na Rua Albânia (Rua 04), no Parque Progresso, e conta que o problema é antigo. Ela explica que, quando o bairro foi criado, não havia tanto transtorno, já que poucas pessoas moravam na região. O problema é semelhante nas ruas Poncion Caldas, Nova Floresta e Rua 10.
(Fotos: Assis Fernandes/ODIA)
“Quando começou a aumentar a população, o esgoto começou a escorrer pela rua toda, aumentando o mau cheiro. Tem dias que não aguentamos. Já fizemos abaixo assinado, o presidente do bairro veio aqui, mas nada adiantou”, disse.
Segundo a moradora, a população já buscou a Prefeitura de Teresina para solucionar o problema, entretanto, o órgão alega que a via já possui calçamento e, por tanto, nada pode ser feito. Com uma realidade bem diferente, os moradores precisam conviver com doenças e risco de queda.
“Por mais que eles estejam vendo, lá no papel está como feito, então o que vale é lá e não a situação real. Minha mãe é idosa e gosta de visitar a vizinha da frente. Ela demora muito tempo para atravessar poucos metros justamente porque a rua é péssima, cheia de lama e escorregadia. Muitas pessoas já caíram, carros já ficaram presos. E ainda tem aqueles condutores que passam rápido e espirra lama nas pessoas que estão nas calçadas”, relata.
A moradora Irene de Sousa reside na Rua Poncion Caldas e vive a mesma situação. Ela conta que, além da sujeira, a população corre risco de ficar doente, tanto pela lama como pela proliferação de mosquitos, como o Aedes aegypti, transmissor da dengue. Para piorar ainda mais a vida de quem reside nesse trecho, a situação se agrava durante o período chuvoso.
“Como esse trecho é um pouco mais baixo, as águas correm para cá e alaga tudo. Fica um verdadeiro rio, perigoso arrastar pessoas e causar um acidente. A água do esgoto fica escorrendo no meio da rua o ano todo, prejudicando todo mundo. Meu pai, que é idoso, já caiu e se machucou. Além disso, surgem muitos animais silvestres, como jacaré e até cobras, como sucuri e jiboia”, complementa.
Irene de Sousa relata que alguns representantes da prefeitura e do próprio prefeito, Dr. Pessoa, já foram ao local, alegaram que seria tomada uma providências, mas nada foi feito, já que consta que a via é calçada. “Eles deveriam colocar uma galeria ou fazer o esgoto como é em todo lugar, e fazer o calçamento. Melhoraria muito nossa vida”, conclui a moradora.
Contraponto
Por meio de nota, a Superintendência de Ações Administrativos Descentralizadas (SAAD) Sudeste informou que uma equipe técnica da Gerência de Obras e Serviços já foi encaminhada aos locais para avaliação da extensão dos problemas. Um projeto de restauração será elaborado nos próximos dias e, assim que aprovado, será executado conforme programação a ser definida.