Após o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transportes (Sintetro) recusar na semana passada a proposta de reajuste salarial de 6%, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) não descarta uma nova rodada de negociação com os trabalhadores que chegaram ao segundo dia de greve nesta terça-feira (14).
De acordo com Vinícius Rufino, o coordenador técnico do Setut, uma nova tentativa de acordo é discutida internamente entre os empresários do setor, mas que não tem perspectiva de quando deve ser apresentada. Rufino, por outro lado, pediu compreensão dos trabalhadores do transporte nas negociações.
“Essa questão (nova proposta) está sendo discutia internamente, mas acredito que há possibilidade do diálogo, mas naturalmente dentro da realidade atual. Temos dificuldade com o município e é necessária uma compressão dos trabalhadores no sentido de que temos chegar a um meio termo para que o empregador possa pagar”, disse.
Foto: Assis Fernandes / O Dia
O coordenador do Setut voltou a cobrar que a Prefeitura de Teresina realize os repasses para cobrir o déficit do sistema. Ele explicou que o custo da operação mensal em Teresina é de R$ 11 milhões, a arrecadação não passa de R$ 6 milhões e o déficit fica em R$ 5 milhões – valor cobrado pelo Setut.
Vinícius Rufino rebateu as duas propostas apresentadas pela Prefeitura de Teresina. A primeira delas, de incluir novas empresas, o coordenador alegou que o atual contrato tem validade até 2029. Já sobre a criação de uma empresa pública de transporte, o coordenador defendeu que nenhuma capital possui esse modelo.
"As concessionárias atuais são detentoras do contrato vigente de no mínimo até 2029. Antes disso, não tem como se avaliar a inclusão de novas empresas que não seja de comum acordo com as operadoras atuais. A experiência de empresas públicas de transporte coletivo foram criadas em praticamente todas as capitais do Brasil e deixaram de existir”, afirmou.