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‘Jogo Sujo’: Veja lista dos influenciadores presos por envolvimento com jogos de azar

Atualização às 13h44

No inicio da tarde desta quarta (9), o influencer Douglas Guimarães Pereira Neves foi preso em um hotel localizado na cidade de São Paulo. Ele é um dos influenciadores procurados no âmbito da Operação Jogo Sujo II. Antes de ser preso, Douglas chegou a publicar em suas redes sociais que Teresina está "embaçada" e que estava recebendo ligação de amigos, familiares e do advogado.

Reprodução/Instagram
Douglas Guimarães foi preso no inicio da tarde

“Em Teresina tá complicado. Os influencers estão tudo sendo presos, tá embaçado. Acordei assustado hoje, amigo meu ligando, advogado ligando, parente ligando, loucura”, comentou o influencer em um stories do Instagram antes de ser detido.

Matéria original

A Secretaria de Segurança Pública do Piauí divulgou, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (09), o nome dos presos na 2ª fase da Operação Jogo Sujo, que tem como objetivo reprimir a veiculação de jogos de azar ilegais na rede mundial de computadores. Entre os presos estão os influenciadores: Letícia Elen, Diogo Macedo, Milena Pâmela, Brenda Raquel e Pedro Lopes (Lokinho). Os presos poderão ser indiciados pelos crimes de estelionato, jogo de azar, induzir consumidor a erro, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Além destes, também foi preso o pai da influenciadora Brenda Raquel, por porte ilegal de arma, e o cabo Jairo, que faz parte do quadro de policiais militares do Piauí, por portar um celular com restrição de roubo ou furto. No caso do policial, foi lavrado um TCO e ele foi liberado em seguida.

De acordo com a SSP, ao todo, foram 23 carros apreendidos, entre eles veículos de luxo como porsches, e R$ 500 mil em espécie.

Pedro Lopes Lima Neto (Lokinho): O influenciador ficou famoso após divulgar um vídeo em que relatado ter sido assaltado por um cliente dentro de casa. Após isso, Lokinho passou a acumular mais de 100 mil seguidores nas redes sociais e a divulgar “o jogo do tigrinho” no seu perfil. Recentemente, ele organizou o reality show "Mansão do Lokinho", que reuniu diversos influenciadores. Ele também está envolvido no acidente na BR-316 que matou duas pessoas e deixou outras duas feridas na noite do último domingo (6).

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Pedro Lopes Lima Neto (Lokinho)

Milena Pâmela: Além de influenciadora, Milena Pâmela é empresária e proprietária de uma loja de roupas e de uma marca de suplementos vitamínicos. Ela atualmente conta com 211 mil seguidores no seu perfil do Instagram, onde também divulgava o “jogo do tigrinho”. Nas redes sociais, Milena compartilha uma vida de luxo, com viagens para o exterior.

Reprodução/Instagram
Milena Pâmela

Diogo Macedo (Diogo Xenon): Conhecido como Diogo Xenon, ele é empresário no setor automotivo e tem mais de 40 mil seguidores no Instagram. No seu perfil, ele publica conteúdos sobre produtos para veículos de luxo.

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Diogo Macedo (Diogo Xenon)

Letícia Ellen: Namorada de Diogo Xenon também compartilhava de luxo nas redes sociais e usava o perfil para divulgar os jogos de azar. Após sua prisão, a conta de Letícia no Instagram foi desativada.

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Letícia Ellen

Brenda Raquel: A influenciadora possui mais de 90 mil seguidores e é conhecida como “Grandona”. Ela foi presa junto com o pai, que portava uma arma de fogo ilegal. Ao chegar à sede da SSP e ser entrevistada pela imprensa, Brenda Raquel debochou das acusações.

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Brenda Raquel

Polícia apreendeu R$ 500 mil e 22 carros com influenciadores

A Operação Jogo Sujo II cumpriu 22 mandados judiciais de busca e apreensão e também de prisão. Cinco alvos foram efetivamente detidos. Trata-se dos influenciadores teresinenses que divulgavam jogos de azar por meio de suas redes sociais. Outras duas pessoas foram conduzidas em flagrante: o cabo Jairo e o sargento Mota, ambos da Polícia Militar do Piauí. Ao todo, 22 veículos foram apreendidos, sendo boa parte deles, de luxo.

Maria Clara Estrêla
Ao todo, 22 veículos foram apreendidos, sendo boa parte deles, de luxo.

Com os influenciadores, a polícia apreendeu em torno de R$ 500 mil em espécie. A origem do dinheiro ainda está sendo investigada, mas as investigações já apontam que a quantia pode ser oriunda da divulgação de jogos de azar como o Tigrinho. Além disso, outros bens como joias e aparelhos eletrônicos dos influenciadores foram apreendidos.

A ação visa combater crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro. O delegado Alisson Landim, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), deu detalhes de como o esquema funcionava. “Tem a figura de um agenciador que entra em contato com os influenciadores e oferece as condições para divulgação do jogo de azar como se fosse algum tipo de marca. Os influenciadores faziam essa divulgação e recebiam por isso. A quantidade de seguidores e a relevância deles nas redes eram consideradas na hora dessa oferta ser feita”, explica.

Assis Fernandes/ O DIA
Delegado de Polícia Civil, Alisson Landim

Além dos cinco influenciadores presos em Teresina, do cabo Jairo e do sargento Mota, outras três pessoas seguem foragidas. A polícia não informou os nomes porque as investigações ainda estão em curso. Também foi preso, mas em flagrante, o pai da influencer Brenda Raquel, que portava uma arma de fogo de uso não permitido no momento em que a polícia cumpria o mandado de prisão de sua filha.

Os influenciadores vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa, estelionato e jogo ilegal.

Policiais presos em flagrante já foram liberados

Os dois policiais militares detidos em flagrante durante a Operação Jogo Sujo II já foram liberados, de acordo com o delegado Humberto Mácola, coordenador da DRCI. O cabo Jairo e o sargento Mota foram alvos de um mandado de busca e apreensão por suposto envolvimento na divulgação de jogos de azar, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Ao cumprirem mandado na residência do cabo Jairo, os policiais encontraram com ele um celular roubado.

Questionado sobre por que o cabo Jairo já foi solto mesmo portando produto de roubo e tendo sido pego em flagrante, o coordenador da DRCI declarou que foi levado em referência a quantidade de aparelhos, que no caso dele era apenas um, a colaboração em relação ao aparelho sobre mostrar o que aconteceu para que o dispositivo fosse parar em suas mãos e a relevância do cabo dentro da organização criminosa alvo da investigação.

“Ele ainda continuará respondendo pela lavagem de dinheiro e pelo jogo de azar. Não obstante ter respondido por um TCO [Termo Circunstanciado de Ocorrência], ele teve todos os bens apreendidos e vai ser tudo analisado. Se for expedida uma prisão, isso será analisado e poderá incorrer em uma prisão, sem dúvidas”, explicou Humberto Mácola.

Assis Fernandes/ O DIA
delegado Humberto Mácola

No caso do sargento Mota, como ele também foi alvo apenas de um mandado de busca e apreensão, também acabou sendo liberado após prestar esclarecimentos.


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