Os sonhos são manifestações do nosso inconsciente e podem ser ferramentas importantes para ajudar no autoconhecimento e até mesmo no tratamento de doenças psicossomáticas, ou seja, aquelas causadas ou influenciadas por processos mentais. Quando em 1899, Sigmund Freud escreveu “A Interpretação dos Sonho”, ele propôs que os sonhos são como estradas que levam do real para o inconsciente. Os sonhos, na interpretação freudiana, seriam como janelas para os desejos e conflitos reprimidos que residem no inconsciente.
Os sonhos, nesta perspectiva, têm dois aspectos: o manifesto e o latente. O conteúdo manifesto dos sonhos é o sonho literalmente. Já o conteúdo latente é o significado simbólico do sonho. Freud argumentava que os sonhos são uma forma de realização de desejos reprimidos e acreditava que estudá-los poderia fornecer insights sobre o funcionamento do inconsciente e ajudar no tratamento psicanalítico.
Para a psicóloga e terapeuta transpessoal, Silvia Almeida Brezzi, os sonhos são uma ferramenta poderosa para auxiliar no processo de cura. “Você sonha todo dia. Todos nós sonhamos. O que acontece é que alguns sonhos ficam na esfera da inconsciência. A gente não se lembra quando acorda. Alguns sonhos, a consciência ainda consegue acessar e a gente lembra deles. Tudo que é a consciência lembra não é mais inconsciente. É consciente. E a partir dessa consciência, dessa historinha que você sonhou, seja ela coerente ou não, você vai contextualizando e vai traduzindo isso para sua vida cotidiana”, explica Silvia.
Ela acrescenta ainda que uma das características dos sonhos é justamente a incoerência, porque estão localizados em uma esfera que não segue regras nem uma lógica temporal. O principal ponto, segundo Silvia, é entender no que os nossos sonhos interferem, aonde dentro deles algo nos é revelado. E existem muitas formas de serem revelados e também muitas revelações.
“Não é só uma parte patológica ou uma parte doentia que os sonhos revelam. Eles podem também dar orientações e equilibrar. A grande função do sonho por si só é reequilibrar a energia psíquica”.
Ela dá algumas orientações para quem quer começar a trabalhar a interpretação dos próprios sonhos. O primeiro passo é anotar. Uma vez anotado, o ideal é levar o sonho para o terapeuta, que vai conseguir dar um aprofundamento que a pessoa sozinha não consegue dar. O terceiro passo é estudar, procurar conhecer mais sobre o universo dos sonhos e entender que aquilo que se sonha não vem ao acaso.
Silvia Almeida Brezzi é psicóloga por formação e tem experiência na Psicologia Jungiana, Psicologia Transpessoal e Psicologia Psicossomática. Neste final de semana (23 e 24 de novembro), a psicóloga ministrará um workshop em Teresina em que vai tratar sobre a interpretação dos sonhos e como eles podem auxiliar no processo de autoconhecimento e cura. O evento acontece na Galeria The Doors, no bairro Horto, e as inscrições podem ser feitas pela internet.
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