Em 2023, foram registradas 17 mortes violentas intencionais de mulheres em Teresina. Desse total de mortes, três foram por feminicídio e 14 por outras motivações. Ao comparar o primeiro semestre de 2022 e o de 2023, no atual ano houve uma diminuição dos feminicídios, de três mortes para um óbito. Entretanto, ocorreu o dobro de mortes violentas intencionais por outras motivações, indo de três para seis casos. Os dados foram divulgados no 3º e 4º boletins produzidos pelo Observatório Mulher Teresina nesta quinta-feira (21).
Em relação às tentativas de feminicídio, em todo o Piauí, ocorreram 26 tentativas no primeiro semestre de 2023, sendo 15% dos casos em Teresina (4) e 85% nos demais municípios (22). Na série histórica de tentativas de feminicídio em Teresina, em 2022 ocorreram 19 tentativas, e de janeiro a junho de 2023 foram registrados 4 casos. Esse número corresponde a 21% dos casos do ano anterior, podendo indicar uma diminuição.
No ano de 2022, houve uma diminuição dos feminicídios em Teresina, indo de 11 casos para cinco. Em 2021, a taxa de feminicídio na capital foi de 2,34, indo para 1,08 em 2022, apresentando uma diminuição de 53,9%. Ao se considerar a proporção entre Teresina e demais municípios do Piauí, em 2022, a cada 10 feminicídios ocorridos, aproximadamente dois foram na capital e oito nos demais municípios. Contudo, nesse ano, Teresina foi a cidade piauiense com mais casos de feminicídio (5), seguida de Parnaíba (3).
Dados de até setembro de 2023 também demonstram uma redução no estado. Porém, há uma aproximação com os números registrados em 2022. Nesses meses, enquanto em Teresina ocorreram 4% dos casos de feminicídios no Piauí (1 registro), os demais municípios contam com 96% (22 casos). Ao longo de oito anos (2015-2022), o Piauí teve uma média anual de 29 feminicídios, com uma média de sete para Teresina e 22 para os demais municípios, sendo fundamental o fortalecimento de ações de prevenção e proteção às mulheres em todo o estado, principalmente nos municípios que seguem com aumento.
Suzianne Santos, assistente social e técnica responsável pelo observatório técnico, chama atenção para a redução dos casos de feminicídios, em contrapartida, enfatiza o aumento dos casos de tentativas. Segundo ela, os dados nos mostram uma realidade parcial da violência contra as mulheres e destaca que os dados foram colhidos na base da rede de atendimento especializado.
“São dados apenas de mulheres que buscaram esses serviços no primeiro trimestre de 2023 e também os dados de feminicídio de 2022. Chama atenção a redução do feminicídio em 2022, mas foi observado um aumento nas tentativas. Temos que pensar que a violência contra a mulher pode atingir qualquer mulher, entretanto, observa-se que tem uma identidade feminina que sofre mais, sejam as mulheres cis gêneros, transsexuais e travestis. Tem ainda a questão da racialidade, que infelizmente, ao longo dos anos, tem que as mulheres negras são as mais vulneráveis pela violência de gênero, seja nos feminicídios ao nível nacional, estadual ou municipal”, acrescenta. Suzianne Santos.
Os dados já estão disponíveis no site da Secretaria Municipal de Política para Mulheres e podem ser acessados pela população, movimentos sociais e órgãos do poder público, servindo como uma orientação para o desenvolvimento de ações e políticas públicas voltadas para as mulheres.
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