Hoje foi mais um dia daqueles bem difíceis, com muitas más notícias, de amigos adoecendo, doentes ficando mais graves e graves falecendo. A noite chegou com um peso enorme, de exaustão, preocupações e tristeza. Mas eu ainda tinha um compromisso antes de encerrar o dia, precisava me reunir com um grupo de amigas-irmãs, para nosso encontro semanal de discipulado. E, faltando alguns minutos para iniciar a reunião, eu falava com Deus: “Senhor, o que vou dizer hoje? Estou tão cansada, com tantos medos…”.
Não sei se você já experimentou ouvir Deus falar, mas na mesma hora Ele me respondeu: “Filha, pergunte a elas o que estão vendo: deserto ou maná?”.
Antes de perguntar a elas, questionei a mim mesma, e percebi que há dias em que é mais difícil não enxergar apenas deserto, com aquele mar de areia sem fim, sol e calor causticante… Afinal, estamos há um ano enfrentando essa pandemia terrível, e quando parece que virá um oásis, não passa de uma miragem.
Lembrei-me então do povo de Israel, que passou não um, mas 40 anos no deserto. Alguns só enxergavam as coisas más: longe da Terra Prometida, falta de conforto, falta de esperança. Mas havia aqueles que enxergavam a provisão de Deus em meio àqueles dias difíceis. Deus mandava, dia após dia, sem falhar, o alimento direto do céu. Não faltava água, as roupas não se gastavam, e o próprio Senhor ia adiante deles, numa coluna de nuvem para guiá-los no caminho durante o dia, e numa coluna de fogo para iluminá-los à noite (Ex. 13.21).
Não sei qual é o seu maná, mas sei que Deus continua o mesmo. Hoje à noite, meu maná foi ouvir meu filho cantando, tão alegre e tão cheio de inocência. Amanhã quero estar sensível para enxergar novamente a provisão e o cuidado dEle.
Não estou sugerindo que fiquemos insensíveis às más notícias, mas que elas não nos paralisem, não nos impeçam de contemplar a bondade, a misericórdia e a graça do Pai, que permanece fiel.
“Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir”. (Isaías 59.1).
Edição: Pollyana Rocha