Refletindo
sobre a vida de quatro jovens rapazes que viveram num passado longínquo,
observo o quanto a geração deste tempo precisa olhar para eles e aprender com
seu exemplo. São eles: Daniel, Hananias, Misael e Azarias, que viveram por
volta do ano 600 a.C e enfrentaram um grande desafio em um momento crucial da
vida. Ainda na juventude, foram levados de sua terra natal, Judá, ao exílio na
Babilônia.
Tinham
boa aparência, eram cultos, inteligentes, e dominavam vários campos do
conhecimento. Mas ao invés de escolher a própria trajetória pessoal e
profissional, tiveram que se submeter não apenas às ordens, mas a uma nova
maneira de viver imposta pelo rei Nabucodonosor.
Para
além dos talentos que estes jovens tinham, chamam a atenção dois valores que
norteavam o comportamento deles: a convicção
de quem eles eram e de quem era o Deus deles; e a firmeza nas decisões que seriam inegociáveis mesmo em uma terra
onde não eram nada além de servos.
Logo
nos primeiros dias de exílio, impuseram a eles uma nova língua, a literatura
babilônica, um novo nome e uma nova dieta. Alguma semelhança com os dias de
hoje? Ainda hoje querem impor aos nossos filhos toda uma cosmovisão, e mais do
que nunca é necessário que eles saibam agir como Daniel e seus amigos, com
convicção e firmeza, para saber dizer não às ofertas que ferem valores eternos.
Com sabedoria, aqueles jovens souberam agir de forma a conciliar a vida na
Babilônia, sem necessariamente mergulhar na cultura daquele povo, a começar
pela mesa do rei, que certamente era linda e apetitosa, mas não o bastante para
fazê-los abrir mão das convicções. E Deus foi fiel àqueles rapazes, fazendo com
que eles, ao final de dez dias, estivessem mais saudáveis e mais fortes do que
todos os demais que comiam a comida do rei.
Pouco
depois, mais uma situação adversa, que exigiu equilíbrio, inteligência e fé de
Daniel. Todos os sábios do reino estavam ameaçados de morte por um capricho do
rei: ele havia sonhado e queria que os astrólogos não apenas decifrassem o
significado, mas antes de tudo relatassem exatamente o que ele tinha sonhado. O
que Daniel fez? Pediu tempo! Como esta atitude nos ensina, em um cenário de
tanta urgência e pressa que vivemos. Ele pediu prazo e convocou seus amigos
para rogar a Deus por misericórdia. Só um jovem com experiência profunda com
Deus poderia crer que haveria solução para tamanho desafio. E mais uma vitória
entrou para a história destes moços, pois Deus revelou a Daniel, em uma visão,
o sonho e a interpretação do sonho de Nabucodosor.
Está
vivendo um momento difícil? Pensa que é impossível encontrar saída? O Deus de
Daniel é o mesmo Deus do Presente, pronto a ouvir orações e fazer o impossível!
Como Daniel orou, eu lembro a você que “Ele
muda as épocas e as estações; destrona reis e os estabelece. Dá sabedoria aos
sábios e conhecimento aos que sabem discernir. Revela coisas profundas e ocultas;
conhece o que jaz nas trevas, e a luz habita com ele” (Daniel 2. 21,22).

Vivendo
na Babilônia, não demorava para surgir um novo desafio. Certo dia, os três
amigos de Daniel estavam frente a frente com o rei, sob ameaça de serem
lançados numa fornalha por terem se negado a se curvar diante de uma imagem de
ouro. Nabucodosor, no auge de sua “benevolência”, deu a eles mais uma chance de
adorar à estátua. E mais uma vez eles mostraram sua firmeza, fruto da convicção
que tinham:
“Ó, Nabucodonosor, não precisamos
defender-nos diante de ti. Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a
quem prestamos culto pode livrar-nos, e ELE NOS LIVRARÁ das tuas mãos, ó rei.
MAS, SE ELE NÃO NOS LIVRAR saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos teus
deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer” (Daniel 3. 16-18).
Quanta
ousadia! Quanta convicção e firmeza em um momento tão sensível! Como precisamos
disto neste tempo. Se pedirmos a Deus, Ele nos dará, e ao final seremos
vitoriosos, quem sabe da mesma forma que Hananias, Misael e Azarias, que além
de terem sido milagrosamente salvos após serem lançados na fornalha ardente,
ainda foram promovidos pelo rei, que prontamente reconheceu ali a soberania do
Deus daqueles rapazes.
Edição: Pollyana Rocha
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