Vem mais aí
A
Força Tarefa da Operação Lava Jato trabalha atualmente com calhamaços da
acusação de 429 réus, cuida de 754 pedidos de cooperação internacional e de
(acredite) 180 colaborações premiadas. Vem muito mais giroflex da Polícia
Federal nas ruas. Prova de que o ano tem sido movimentado em Curitiba, enquanto
os holofotes denuncistas miram dois personagens principais que enquadraram
bandidos de colarinho branco. A perspectiva é a de que, nas próximas fases da
operação, o cerco se feche em torno dos políticos acusados que perderam o foro
privilegiado.
Mina de ouro 1
O
Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) deve faturar mais de R$
1,1 bilhão (sim!, bilhão!) este ano com o cerco a restaurantes, bares e hotéis
na cobrança. Mas não divulga como paga (e quanto) aos artistas por direitos
autorais de suas músicas.
Mina de ouro 2
Para
este ano, a previsão é de faturar R$ 45 milhões apenas no setor hoteleiro. A Lei
de Direitos Autorais (9.610/98) define os hotéis como locais de frequência coletiva.
Os dados são do próprio ECAD para nossa reportagem.
Ou seja..
..É
obrigatório o pagamento de direitos autorais na operação de hotéis. Mesmo que
não haja música ambiente nos apartamentos. E mesmo que estejam sem uso.
Colisão burocrática
Um
relatório de 41 páginas assinado por sete servidores do Tribunal de Contas do
Paraná derruba a falácia da Infosolo de que é vítima de perseguição na praça. O
documento, ao qual a Coluna teve
acesso, aponta que foi montada espécie de máfia para dirigir o edital do DETRAN
e direcionar o contrato para a Infosolo. A empresa cobra alto – mais que outros
Estados – para registro de financiamento de veículos.
Da garagem
O
relatório aponta que há “materialidade das irregularidades” em quatro anexos do
calhamaço entregue à direção do TCE e ao Governo do Paraná. As falhas estão no Edital
de Credenciamento n.º 001/2018 (protocolo n° 15.191.750-03) elaborado pelo
DETRAN ano passado, que deu ganho à Infosolo.
Êpa, êpa
Uma
das irregularidades – e gritante! – indicadas é a celeridade da tramitação de
avaliação dos documentos da Infosolo antes do prazo de 15 dias de expiração
para a concorrência, enquanto outras empresas ainda se credenciavam.
Derrapagem
Um
personagem chamou a atenção dos técnicos do TCE. Emerson Gomes, que presidiu a
comissão de licitação, já fora citado como preposto da Dismaf – dos mesmos
donos da Infosolo – que chegou a ser investigada pela Polícia Federal no
Mensalão do PT. Os técnicos aconselharam o TCE a cercar o grupo da licitação
com multas e penalidades.
Fiscalização rural
Auditores
fiscais agropecuários apontam que a Instrução Normativa nº 12/19 do Ministério
da Agricultura, que transfere atribuições da fiscalização para carreiras que
não exigem ensino superior, pode comprometer a segurança agropecuária e expor
consumidores a produtos sem uma avaliação correta de qualidade e sanidade.
Lembram do papelão na carne descoberto pela PF? É algo nesse sentido.
Som da História
Outra
prova de que o País não cuida da sua História. Uma decana caixinha de música em
madeira nobre, com as iniciais de seu nome cravadas em prata, que o presidente
Getúlio Vargas usava no gabinete no Palácio do Catete, foi arrematada por R$
1.030 num leilão na internet. O lance inicial não chegava a R$ 100.
Preservada
Antes
do arremate, o objeto foi oferecido para o PTB, partido que Getúlio fundou, que
a desdenhou. A preferência nestes casos é da União, que também deu de ombros. O
comprador informa que vai guardá-la numa caixa de vidros em local seguro.
Respeito e segurança
O
lutador de MMA Vítor Belfort vai gravar amanhã no Rio de Janeiro um vídeo
alertando para o sério problema das pessoas desaparecidas. Sua mãe, Jovita
Belfort, é coordenadora de Desaparecidos da Secretaria de Desenvolvimento
Social e Direitos Humanos do Governo. Há um drama familiar conhecido
nacionalmente. Até hoje, autoridades não encontraram sua irmã, Priscila
Belfort, desaparecida há 15 anos.
Correção
Citamos
que foi José Serra, então ministro da Saúde, quem deu o pontapé ao cerco à
indústria do cigarro no País. Ele ajudou. Mas o trabalho se iniciou no Governo
Sarney, com o então ministro da Saúde, Borges da Silveira, leitor da Coluna que nos escreveu para lembrar
que iniciou a regulamentação da propaganda do cigarro.
É permitida a reprodução deste conteúdo (matéria) desde que um link seja apontado para a fonte!