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Piauienses participam de maratona mundial para criar games em 48h

Global Game Jam, evento mundial voltado para o desenvolvimento de games acontece em Teresina na sede do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia entre os dias 23 e 25 de Janeiro.

25/01/2015 16:50

E se você só tivesse quarenta e oito horas para fazer um jogo, por onde começaria? Este é o desafio do Global Game Jam, evento mundial voltado para o desenvolvimento de games que também acontece em Teresina na sede do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia entre os dias 23 e 25 de Janeiro e pode ser acompanhado online aqui.

(The Game Jam/Facebook)

A primeira Jam (do inglês, aglomeração) para criação de jogos surgiu em 2008 inspirado nos eventos Indie Game Jam, Ludum Dare and Nordic Game Jam, onde amantes de videogame se juntavam e criavam um jogo em um curto prazo de tempo e colocavam online. A iniciativa de trazer esse formato de desenvolvimento em Teresina é recente e surgiu dentro do LABIRAS, laboratório multidisciplinar formado por professores e alunos de diversos níveis no IFPI.

Participantes tem 48h para criar um game. (The Game Jam/Facebook)

Em entrevista os organizadores do THE Global Game Jam e membros do LABIRAS , contou como é fazer o evento em Teresina e ideias para o desenvolvimento do cenário local no desenvolvimento de games. Alexandre Tolstenko Nogueira, que é mestrando da UFPI e tem Especialização em games contou como foi trazer esse evento no formato de Jam para Teresina. 

�€œA ideia começou quando eu estudava em São Paulo e participava de algumas jams e junto a outros membros começamos a trazer a ideia para Teresina com o intuito de estimular o mercado local e o desenvolvimento de games aqui no Piauí. �‰ muito bom trabalhar com outras pessoas na mesma área. Então um dos passos de juntar pessoas para fazer um bom game é fazer com que mais pessoas se interessem pela área através desse tipo de evento.�€, afirma Alexandre.

Evento visa criar cenário de desenvolvimento de games no Piauí. (The Game Jam/Facebook)

Outro idealizador da Game Jam é o Professor Mestre em Biotecnologia do IFPI e Coordenador do LABIRAS, Francisco Marcelino A. de Araújo, que falou sobre a importância dessas iniciativas no Estado para estimular o desenvolvimento local.

Qual a importância desse evento no cenário local?

Infelizmente o Piauí não é referência em tecnologia fora do estado, embora tenha muitas coisas interessantes desenvolvidas e o pessoal não conhece. O evento é usado, primeiro para desmitificar a questão do game ser apenas para jogar, que é viável fazer um game e principalmente quebrar o paradigma piauiense de complexo de inferioridade, pois as mesmas ferramentas que todo mundo usa, você pode usar, suas idéias podem ser trabalhadas em um jogo, pode ganhar dinheiro, pode se divertir tendo um computador, vontade e uma boa ideia. 

Como continuar a motivar os designers após a Game Jam de 48h?

Tem gente que não se conhecia e monta um grupo e fica 48h junto desenvolvendo o jogo até o final, o intuito não é fazer um algo excepcional, mas é motivar. Fora do evento pretendemos criar uma situação que iremos motivar o desenvolvedor a continuar o jogo, amadurecer o desenvolvido na Jam ou criar outro já com a experiência desse evento e não deixar esse pessoal parar, pois a Global Game Jam é só uma vez ao ano e depois esfria ai não tem muita graça, então faremos iniciativas para eles continuarem desenvolvendo e fortalecer. 

E quem pode fazer game no Piauí? 

A atividade de games é multidisciplinar, uma equipe possui programador, músico, artistas 3D e 2D, animador, ilustrador, jornalista, escritor, músico e isso sem precisar de um ensino superior. Como exemplo temos um garoto que faz ensino médio que está trabalhando com uma equipe fazendo um jogo com outra equipe do Canadá. As possibilidades aqui são imensas e estamos aqui para passar as ferramentas, desmitificar a tecnologia, mostrar que eles são capazes para isso a gente conseguir fortalecer e aumentar o mercado de games aqui dentro.

Existe a possibilidade de criar mais eventos como este?

Existe a intenção de criar um calendário a partir da boa divulgação da Global Game e realizar outras com Jams menores, internacionais ou até mesmo locais, mas independente de Jams iremos fazer várias iniciativas para não deixar esfriar. Ano passado tivemos e foi muito bom, esse ano as equipes estão maduras, direcionadas.

O que mudou da Global Game 2014 para a Jam deste ano? 

A gente está mostrando o primeiro passo aos novatos, para quem é veterano está usando o evento como portfólio e experiência, no nosso caso como laboratório dentro do IFPI, e notamos uma evolução principalmente na qualidade dos games que praticamente está finalizado em 24h e apenas sendo refinado, enquanto ano passado faltava meia hora e tinha gente subindo o jogo anda no ar. Os novatos do ano passado já estão ajudando os outros pois não é uma competição mas um evento colaborativo, estamos aqui para nos divertir e nós da organização estamos para dar suporte técnico e não deixar ninguém desistir afinal 48h é puxado. 

Participante pelo segundo ano da Global Game Jam, Décio Oliveira, produtor do estúdio Submersivo que está com o jogo Blue: Em busca do Tesouro  no Cartase, comenta a importância da Global Game Jam para os desenvolvedores locais. �€œA importância para nos desenvolvedores do global game jam é não só a forma de estimular novos e veteranos desenvolvedores, mas também como leva a gente a pratica e uma experiência sem igual onde você aprende muita coisa em um curto período de tempo porque você tem que aprender e tem que terminar seu jogo.�€, afirma.

Décio Oliveira (ao centro) junto dos membros do Submersivo Game Stúdio

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