Interrompemos a programação desse blog - mas nem tanto - para falar de Jesus Cristo. Páscoa, você sabe como é, todo mundo lembra desse homem que “veio para nos livrar dos nossos pecados”.
É tão simples pensar dessa forma, né? “Eu tinha vários pecados cabeludos, mas veio alguém, sofreu tudo que foi coisa ruim e eu fiquei pura novamente”. Não foi necessário refletir sobre os erros, não precisou fazer uma reforma íntima, não teve que se remexer por dentro para avaliar que defeitos poderiam ser melhorados… Bastou alguém morrer e as pessoas todas já estavam de boas, ok, vida que segue.
A vida e a morte de Jesus Cristo me trazem sempre reflexões sobre os rumos que a humanidade tomou 2018 anos após o nascimento desse homem. Se a gente tirar da história de Jesus todos os elementos bíblicos e religiosos, ainda assim permanece um ser humano político, crítico, contestador, militante e humanista que tem muito a nos ensinar sobre tolerância, respeito, amor, humildade e mais tanta coisa boa, que nem cabe aqui nesse parágrafo.
Mas o que a gente aprendeu a partir do exemplo dele? Quase nada! Quando Jesus tava na cruz, todo ensanguentado, com prego pelo corpo e quase morrendo, pediu a Deus que perdoasse aquelas pessoas, pois elas não sabiam o que diziam. Mais de dois milênios depois, continuam malhando o Judas todo domingo de Páscoa. É uma vingança que nunca acaba e %$#&-se o que Jesus aconselhou.
Tenho pra mim que, se Jesus voltasse hoje em dia, ele ouviria muitas frases do tipo: “Vai pra Cuba!”. “Leva o bandido pra casa!”. “Você defende é os direitos dos mano”. “E se ele estuprasse tua mãe, Maria? Você pensaria dessa forma?”... E se ele fosse assassinado, teria a reputação manchada e ainda diriam que merecia morrer, porque defendia bandido.
Evoluímos muito pouco a nossa humanidade, mas preferimos repetir exaustivamente a ideia vazia de que estamos salvos do ~ pecado original ~ porque Jesus morreu por nós. Eu, se fosse ele, demorava um pouco mais para voltar. Tá valendo a pena fazer esse sacrifício agora não.