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No fim tudo dá certo?

Autor: Jarbas Araújo Melo Souza – Belo Horizonte/MG – Pesquisador da Ciência Logosófica.

23/06/2019 06:27

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“A transformação do mundo a partir de si mesmo” (ISBN: 978-85-60232-02-4) foi o tema que os jovens pesquisadores de Logosofia se propuseram investigar à luz desta nova concepção humanística. Esse estudo os fez voltar sobre a realidade do mundo mental, cuja influência mais evidente se expressa na cultura e costumes de um povo. Também os fez refletir sobre seu mundo interno, que se manifesta em seu temperamento, caráter, tendências e predileções. A investigação os levou a revisar os conceitos e valores que devem ser incorporados à vida, para que cada um seja ator consciente dessa transformação. 

Se o estudo levou os jovens a perceberem o quanto podiam realizar em si mesmos, despertou também o sentimento altruísta de querer fazer com que outros pudessem viver e experimentar a mesma felicidade. Perceberam, ao final, que a transformação do mundo está vinculada à própria superação da espécie humana no que diz respeito às suas possibilidades intelectuais, morais e espirituais.

Os ensaios publicados nas páginas deste livro apresentam reflexões e experiências dos jovens em torno deste tema. Os resultados alcançados até o momento indicam que ainda há muito por fazer. Que isso se constitua num grande estímulo para que todos se unam em um grande ideal: a superação.

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No fim tudo dá certo?

“No fim tudo dá certo. Se não deu certo, é porque ainda não chegou ao fim.” A máxima, tornada célebre por Fernando Sabino, faz parte do repertório de muita gente. Talvez já se tenha incorporado à cultura popular. Às vezes, serve como mantra tranquilizador. Em outros casos, é usada como expressão de otimismo.

Recentemente me surpreendi ao ouvi-la de ninguém menos que eu mesmo.

Era uma tarde de abril, dessas de céu plenamente azul. Azul lá fora, pois dentro do escritório o clima estava cinzento. Uma sala de reunião repleta de executivos estrangeiros, vindos especialmente para tratar de uma questão de grande complexidade. Apresentavam problemas, debatiam, questionavam, buscavam soluções. A coisa estava feia. A certa altura, quando os ânimos já estavam exaltados e nenhuma perspectiva de final feliz parecia existir, veio a frase salvadora: “Vocês podem ficar tranquilos. Aqui no Brasil tudo dá certo no final!”

Solene e insensata promessa! De que meios poderia eu me valer para garantir tal coisa? Contra o que indicavam todas as evidências, contra a opinião de todos os analistas, contra as previsões dos especialistas e contra o próprio tempo, “daria certo no final”. E o único brasileiro ali presente garantiria isso… 

Em filmes, contos de fadas ou nas inúmeras situações da vida real, estamos acostumados a esperar um final feliz. E se o final não for o esperado, estão extintas as possibilidades de que seja feliz? Que papel cumprem o esforço e as lutas que enfrentamos no curso de cada realização? Podemos encontrar a felicidade em meio aos desafios, às situações difíceis e por vezes incômodas que enfrentamos diariamente? Quanto da atávica ilusão de viver no paraíso carregamos conosco? Não seria mais proveitoso pensar que toda situação desafiadora traz consigo uma oportunidade de ampliar a própria capacidade, usando a inteligência para transpor os obstáculos? É fácil ver que, ao confiar no acaso, colocamos de lado os esforços para conquistar pelos próprios meios aquilo que buscamos. Pouco ou nada se avança enquanto se espera que os problemas e limitações desapareçam por arte de magia.

E o que acontece quando muitos adotam posição semelhante? Por que vemos tantas pessoas entregues a um destino incerto ou, o que é pior, expostas às (nem sempre boas) intenções alheias? A quem são confiadas as esperanças de viver num mundo melhor? Governantes? Cientistas? Onde estão realmente as causas fundamentais dos problemas que a humanidade enfrenta? E que relação há entre as grandes questões da humanidade e a vida individual? Deixamos o convite a pensar no assunto.

E quanto ao desfecho da reunião em que se encontrava o autor destas linhas? Deu tudo certo no final, posso assegurar. 

Mas devo ao leitor uma confissão: aquela frase não foi pronunciada através da voz física, que se propaga com o som; foi, em vez disso, a fala de um pensamento, freado a tempo e impedido de se manifestar em voz alta. A promessa jamais ocorreu, para felicidade de todos os envolvidos, que seguiram ativamente empenhados em busca das soluções. 

Que grande valor tem a atenção ao que ocorre na nossa mente, que mais de uma vez evita as situações de aperto a que um pensamento de origem desconhecida pode conduzir! E quão diferente é confiar em si mesmo, convicto de que é do esforço individual, e não de uma abstrata Providência, que hão de partir as iniciativas responsáveis por tornar reais as aspirações de mudança para a vida individual e coletiva!

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