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OAB Piauí homenageia Deusdedit Sousa pelos seus 99 anos de história

Entrevista: OAB Piauí homenageia Deusdedit Sousa pelos seus 99 anos de história

02/03/2021 19:09

A OAB Piauí homenageia o Membro Honorário Vitalício Deusdedit Sousa pelos seus 99 anos de idade, comemorados no dia 13 de fevereiro. Relembrando a sua trajetória, a OAB Piauí destaca as suas contribuições frente ao sistema OAB, no período de 01/01/1985 a 31/01/1987, e todas as suas iniciativas para o fortalecimento da Ordem, sobretudo levantando bandeiras relevantes para a valorização da Advocacia, na defesa da cidadania e da Democracia.

Deusdedit é esposo de Elita Raulino, pai de três filhos, sendo eles: João Henrique, Jorge Sousa e Eneide Sousa. O Advogado é frequentador assíduo dos eventos da OAB, sempre lúcido com seus 99 anos de vida, prestigiando  as ações em prol da Advocacia. 

Em conversa com a OAB Piauí, o Membro Honorário Vitalício falou sobre sua experiência profissional, importantes ações executadas em sua gestão, conquistas atuais e sobre os novos rumos do Direito no Piauí e no Brasil.

Confira a entrevista na íntegra com essa personalidade do mundo jurídico piauiense:

O que mudou na OAB desde o período que o senhor foi Presidente até aqui?

R: Olha, considero que fiz na OAB uma administração bem razoável. Deixei a OAB sob os cuidados de toda aquela gente, homens e mulheres – porque naquele tempo já havia uma porção de advogadas firmando caminhos. Quando eu saí com Fides Angélica, já deixei a OAB com muitas mulheres em atividades. O que mudou é que cresceu o número de Advogados e Advogadas. Hoje em dia, existem postos de atividades para todos na Ordem dos Advogados.

Qual foi o impacto que a construção da sede própria da OAB Piauí representou na época?

R: Nesta época, o Piauí passou a conhecer a OAB como uma entidade de primeira grandeza, que é a Ordem dos Advogados. Os Advogados(as) viviam reunidos dentro daquela estrutura, cuja sede, era a mesma que ficou ao lado do Tribunal de Justiça e que foi comprada por mim. Depois, foi organizada e vieram outros amigos participando neste trabalho. Sempre tivemos muitos colegas trabalhando para a OAB, tanto homens quanto mulheres. Foi importante para o reconhecimento passarmos a ter uma sede organizada, já que antes a nossa sede era muito pequena, num prédio próximo ao palácio de Karnak.

O que mais lhe preocupa frente os desafios atuais enfrentados pela Advocacia?

R: Fazer Advocacia não é um negócio fácil. Hoje, o Brasil inteiro já conhece os Advogados(as) e sabe a importância do trabalho. A Advocacia se mantém e se manterá por toda a vida bem situada. A Advocacia também depende muito dos seus dirigentes e é preciso que estes sejam pessoas destinadas a fazer Direito.

Hoje, no Piauí, temos muitas faculdades de Direito. A cada 6 meses, são formados inúmeros bacharéis de Direito pelas faculdades públicas e privadas. Como o senhor vê esta realidade?

R: É preciso que haja a preocupação com uma qualificação adequada porque aqui e ali aparece um que não está dentro do sistema como deve estar. É preciso que a gente esteja sempre encaminhando, orientando, mostrando as coisas. É preciso que os Advogados(as) de carreira orientem os novos Advogados(as). Eu fiz muito isso.

Quais Advogados(as) de grande nome o senhor já teve a honra de conviver?

R: Olha, eu conheci aqui no meu tempo de rapaz, entrando na Advocacia, várias figuras de Advogados e Advogadas de primeira categoria. Não havia defeito neles. Me lembro, por exemplo, do Dr. Valter Alencar, um Advogado de primeira. E os outros, que estavam ao seu redor e foram surgindo, eram todos bons Advogados. Os que enfrentavam a Advocacia e tomavam conta da nossa OAB eram todos pessoas de muito valor, criteriosas e honestas. No meu tempo, os Advogados zelavam pela valorização da Advocacia. Nós não fazíamos outra coisa, tanto homens quanto mulheres.

O senhor foi muito influenciado pela leitura? Tem alguma obra que queira compartilhar com os Advogados(as)?

R: Tinha muitas obras que eu gostava de ler porque gostava muito dos autores. Chegou uma época em que eu escrevi um livro também, que andou tanto por aí, até que esgotou. Ele servia para orientar os Advogados(as) sobre o propósito da Advocacia, mas não está mais em circulação.

Qual mensagem positiva o senhor gostaria de deixar para a OAB?

R: A mensagem que eu deixo para a Advocacia é no sentido de que os Advogados(as) procurem fazer Advocacia sendo honestos. Não queiram mais do que devem ganhar. A Advocacia é feita para ajudar as pessoas a viverem quando são atacados nos seus direitos, naquilo que lhe pertencem. É para isso que existem os Advogados(as), para fazer sustentar a vida corretamente. A vida tem que ser vivida com honestidade. As pessoas têm que se tratar bem, se respeitar e saber que precisam viver um ao lado do outro. Ninguém é maior que ninguém. Isso eu sempre defendi como Advogado e defendo até hoje. Não admito ninguém maior que ninguém, somos todas pessoas humanas e merecemos ser bem tratadas.

Entrevista realizada em 2020

Fonte: OAB Piauí
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