Com o clima predominantemente tropical úmido, o primeiro quadrimestre do ano no Piauí é sempre marcado por chuvas. Com o período propício a acúmulo de água e por conseguinte, a disseminação de doenças, a Secretaria de Estado da Saúde alerta para possíveis riscos à saúde e os devidos cuidados que a população deve ter para evitar ou minimizar os efeitos de doenças.
Algumas delas precisam de uma atenção a mais no que diz repeito à saúde pública. Por serem sazonais e ocasionadas pela água contaminada, é comum o surgimento de hepatites A e E, diarreias, tétano e leptospirose.
Segundo o superintendente de Atenção Integral à Saúde, Herlon Guimarães, um dos cuidados é com a água consumida e com a qual a população tem contato. “Nessas situações, a água captada tem a qualidade alterada. Sugerimos sempre consumir água filtrada, fervida ou com a seguinte solução: para cada litro de água, usar duas gotas da solução de hipoclorito de sódio. Além disso, lavar com bastante cuidado os alimentos, isso evita verminoses e hepatite A”.
Guimarães ressalta que a solução também é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, seja pelos agentes de saúde da comunidade ou pelas Unidades Básicas de Saúde.
O período de chuvas também é propício ao acúmulo de água parada e consequentemente proliferação do aedes aegypti e aumento de casos de dengue, chikungunya e zika. “Importante a limpeza das residências, não deixar água acumulada nas suas casas, ficar sempre atento a possíveis focos”, disse o superintendente.
As gripes e doenças respiratórias são mais comuns, “uma prevenção básica e muito eficaz é a lavagem das mãos com água e sabão, só aí já se evita muitas contaminações, além disso o uso de álcool em gel nas mãos”, alerta Guimarães.
Os cuidados devem ser reforçados em relação às crianças, que não devem brincar ou circular por esses ambientes.
O superintendente alerta ainda para riscos de acidentes com animais peçonhentos como escorpiões, aranhas e cobras. “Há uma mudança do habitat natural dos animais, que buscam outro lugar. Existe ainda um risco, em regiões alagadiças próximas a rios, de acidentes com arraias”, afirma.
Outro ponto destacado é em relação ao contato com a água acumulada ou circulantes, por conta das chuvas. “Não sabemos o quanto de esgoto contaminou a água numa região alagada, ali podem ter ratos, consequentemente a urina desses roedores que é a principal transmissora da leptospirose. Se precisar se deslocar ou ter contato com essa água, use proteção como botas de borracha, cubra sua pele nem que seja com sacolas plásticas, principalmente se tiver alguma ferida ou corte”, alerta.
As chuvas também podem ocasionar quedas de energia, estando diretamente ligados ao estado de saúde da população, já que alimentos mal acondicionados podem gerar infecções intestinais e desidratação.