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Mudança na divisão de cotas de TV no Brasileirão apresenta significativa mudança no cenário nacional

Com a concorrência do Esporte Interativo, Globo foi obrigada a rever alguns de seus conceitos na negociação e Atlético-MG seria o grande beneficiado

26/02/2016 12:00

Até 2012, o Clube dos 13 era o responsável pela negociação e divisão da receita paga pela emissora, porém desde que a entidade se dissolveu os clubes passaram a negociar diretamente com a emissora, o que acabou gerando tal desequilíbrio. Já naquele ano, o Corinthians faturou R$ 153,8 milhões, enquanto o Flamengo recebeu R$ 114 milhões, e o Palmeiras R$ 73,6 milhões.


BOM DESEMPENHO BENEFICIARIA O ATLÉTICO-MG

Ainda que o descontentamento geral e as críticas ao processo similar ao que acontece na Espanha, onde Barcelona e Real Madrid conseguem verbas muito superiores aos rivais, fossem muito grande, a TV Globo jamais pensou em conversar a respeito deste assunto com os clubes. Agora porém com a chegada da concorrência tudo mudou. Para se ter uma ideia, a negociação é feita em três etapas: TV fechada, TV aberta e Pay per view. O Esporte Interativo busca entrar na negociação apenas das transmissões de TV fechada.


O bom desempenho do Galo em 2015 garantiria vantagens para o Atlético-MG neste ano (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG/Divulgação)

Por sua vez, a maior emissora do país usa a sua abrangência como arma de convencimento para manter sua hegemonia no esporte mais popular entre os brasileiros. Além de oferecer adiantamentos para alguns, como foi o caso do Botafogo, que já divulgou que permanecerá com a TV Globo, a emissora carioca também promete rever os valores e condições de divulgação das marcas através dos canais oficiais dos times no sistema PPV, que segundo a empresa, teriam mais destaque do que hoje em dia. Já o Esporte Interativo promete trazer transparência e profissionalização na relação com as entidades. Dentre as garantias divulgadas está o compromisso de citação de naming rights de estádios e até mesmo clubes com nomes vinculados à marcas.  

Com essa nova postura da atual detentora dos direitos de transmissão, a Goal fez um levantamento estimado, baseado nos valores pagos em 2015, de como ficaria a situação caso a política proposta para entrar em vigor a partir de 2019 já estivesse em prática. 


*valores estimados a partir das cotas pagas na temporada 2015 nas séries A e B

Não é preciso ser nenhum especialista para notar a significativa diferença de distribuição de receita com a nova possibilidade. Diante deste novo cenário, o maior beneficiado seria o Atlético-MG, que antes não figurava entre os cinco maiores arrecadadores e com a alteração passaria inclusive o Flamengo, que no ano passado não teve um desempenho tão bom quanto ao Galo, vice-campeão brasileiro. Graças ao título nacional, o Corinthians seguiria na ponta da tabela, porém com uma diferença consideravelmente inferior ao quinto colocado, que neste caso seria o Sâo Paulo. Se antes a vantagem era de 90 milhões de reais para o Santos, agora  não passa de 16 milhões para o Tricolor.

Os clubes prejudicados mesmo que timidamente já ameaçam se queixar, dizendo que desenvolveram planos financeiros baseados nos ganhos previstos com o modelo em prática. Já a maioria celebra a possibilidade trazida pela concorrência de mercado, que pode valorizar o desempenho em campo, mesmo sem desprezar a força que as torcidas levam para os estádios ou até mesmo vendo suas equipes através das televisões. É esperar para ver qual proposta irá prevalecer.

Fonte: Esporte interativo
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