A exibição da Seleção Brasileira contra Honduras, nesta quarta-feira (17), foi de entrar na história do futebol olÃmpico. Com seriedade e raça, os jogadores conseguiram algo que não acontecia há tempos: encantar.
O Brasil era favorito e qualquer coisa que não fosse uma vitória na semifinal seria uma vergonha. Mas a maneira como a goleada de 6 a 0 foi construÃda deixou torcedores e crÃticos animados. A Seleção mostrou habilidade nos dribles, lançamentos, assistências, movimentação tática e gols.
E o quarteto ofensivo, formado por Gabigol, Luan, Neymar e Gabriel Jesus, voltou a mostrar entrosamento e importância. Seja para os gols, ou no primeiro combate aos adversários - algo imprescindÃvel para equipes vencedoras em todo o mundo.
A pressão na saÃda de bola era algo que vinha sendo trabalhado em grande parte dos treinos, e não era raro ver jogadores como Gabriel Jesus ou Gabigol vibrando ao atrapalharem a transição adversária. Era o “atacar com 11 e defender com 11†tão pedido pelo técnico Rogério Micale.
E foi assim que a Seleção começou a resolver, em questão de segundos, o seu futuro na OlimpÃada.
Mal o juiz havia apitado o inÃcio da partida, Luan e Neymar correram para dar o combate. Palacios, zagueiro central hondurenho, hesitou e acabou perdendo a bola para o craque do Barcelona. Neymar dividiu com o goleiro LuÃs López, levou a melhor e acabou anotando o gol mais rápido de toda a história olÃmpica: 14 segundos, 1 a 0 Brasil.
Aos 8 minutos, a parceria Neymar/Luan quase voltou a render frutos. O camisa 10 deu um passe espetacular, que furou a marcação de cinco adversários, e Luan só não ampliou porque preferiu o chute ao toque rápido para Gabriel Jesus. Só que aos 25’ o gremista se redimiu, com um belÃssimo passe que deixou Jesus de cara para o gol. O camisa 11 não mostrou piedade, e com um toque certeiro fez o 2 a 0.
Pouco depois, Neymar deu passe longo e rasteiro para Gabriel Jesus. O palmeirense correu, chegou primeiro na jogada e chutou forte para dar números finais ao primeiro tempo. Uma etapa inicial de ampla superioridade brasileira, que jogava só no campo de ataque. A Seleção de Honduras mal podia piscar os olhos e já via uma camisa amarela na beirada da área.
Com a partida resolvida, o ritmo abaixou no segundo tempo. Mas as chances continuavam aparecendo, e a Seleção marcou outros três gols. Marquinhos, que segue mostrando segurança e categoria na zaga, transformou a vitória em goleada. O quinto tento saiu dos pés de Luan, o atacante completo. Aproveitando passe açucarado de Felipe Anderson (que entrara no lugar de Gabriel Jesus), deu apenas um toque na bola. Como se fosse um clássico camisa 9, apesar de circular pelo campo todo e fazer, muitas vezes, o papel de meia.
Gabigol foi o mais discreto, mas também demonstrou sua importância. Só que o melhor em campo foi Neymar. O camisa 10 aproveitou todo o espaço que teve e desequilibrou. Foi o mais procurado em campo pelos companheiros, criou chances de gol (4, incluindo as duas assistências) e levava perigo em cobranças de falta. Mas acabou finalizando o placar de pênalti – muito bem batido, por sinal. A semifinal começou com Neymar e terminou com Neymar.
Após o apito final, comemoração merecida. O histórico da Seleção OlÃmpica não abre espaço para otimismo exacerbado, mas o time parece realmente ter encontrado um equilÃbrio. Joga o futebol competitivo, sem deixar o encanto de lado. E mostram que uma equipe recheada de jogadores de ataque pode, sim, ajudar bastante a defender. Além dos gols, Neymar e Luan foram os atletas que mais roubaram bolas nesta quarta-feira, no Maracanã (7 cada um).
Nesta quarta-feira (17), a melhor defesa foi o ataque.