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16% dos adolescentes brasileiros já experimentaram cigarro eletrônico, revela pesquisa

O tabaco é uma planta da espécie Nicotiana tabacum usada para produzir cigarros e charutos. É consumido principalmente pela sua nicotina, uma substância psicoativa que causa dependência. Ao longo do tempo, o mercado dessa droga tem se adaptado para atrair diferentes pessoas.

Um exemplo disso é o cigarro eletrônico, que surgiu como uma alternativa ao cigarro convencional, supostamente menos prejudicial à saúde. No entanto, estudos já comprovam que essa opção não é mais saudável e também causa doenças respiratórias e cardiovasculares, câncer de pulmão, danos para o cérebro, entre outras coisas.

Jailson Soares/ODIA
Uso do cigarro eletrônico é mais comum entre os jovens

O uso do cigarro eletrônico é mais comum entre os jovens e adolescentes. A popularidade desses dispositivos cresceu rapidamente devido à sua conveniência, variedade de sabores e à percepção de que são menos prejudiciais que os cigarros tradicionais. Uma pesquisa realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que 16,8% dos estudantes de 13 a 17 anos já haviam experimentado o cigarro eletrônico. Segundo os dados, a experimentação é maior entre os homens (18,1%) do que entre as mulheres (14,6%).

O Dia Mundial sem Tabaco, celebrado nesta sexta-feira (31), destaca a importância de proteger os jovens do tabagismo. Com o tema "Proteção das crianças contra a influência da indústria do tabaco", a campanha visa promover uma mudança de comportamento e alertar sobre o fato de que crianças e adolescentes também são afetados por essa droga.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças e adolescentes que usam cigarros eletrônicos têm pelo menos duas vezes mais probabilidade de fumar cigarros mais tarde na vida. Além disso, a nicotina pode afetar negativamente o desenvolvimento cerebral de crianças, impactando no aprendizado e na saúde mental. 

Freepik
Dia Mundial sem Tabaco 2024 destaca a importância de proteger os jovens do tabagismo.

“Focar nas crianças é crucial, pois são especialmente vulneráveis e representam o futuro. Ao educá-las e fortalecê-las contra a pressão do tabagismo, investiremos na saúde de amanhã. Além disso, ao envolver as crianças, impactamos suas famílias e comunidades, ampliando nosso alcance na prevenção do tabagismo”, salienta Roberto Gil, diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (INCA). 


Roberto GilDiretor-geral do Instituto Nacional de Câncer

Venda, fabricação e publicidade de cigarros elétricos é proibida no Brasil

No Brasil, o uso diário de cigarros eletrônicos é muito baixo em comparação com países onde são liberados. Desde 2009, a Anvisa proibiu a venda, fabricação e publicidade desses dispositivos. Em abril deste ano, a agência reforçou essa proibição com uma nova resolução, a RDC n° 855/2024, que também proíbe o uso em locais fechados.

O Ministério da Saúde coordena o Programa Nacional de Controle do Tabagismo no SUS, gerenciado pelo INCA. Este programa tem sido eficaz na redução do uso de tabaco e, consequentemente, de mortes relacionadas. Isso se deve a ações educativas, tratamento da dependência de nicotina, ambientes livres de fumaça, advertências nas embalagens e proibição de propaganda.

Promover a saúde e prevenir o tabagismo em escolas, unidades de saúde e comunidades é crucial para evitar o uso de tabaco e a dependência de nicotina. As políticas de saúde e educação, incluindo o Programa Saúde na Escola (PSE), trabalham juntas para promover saúde e educação integral, integrando saúde e educação para o desenvolvimento da cidadania e melhoria das políticas públicas.

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