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Policiais da PRF que atiraram em jovem admitem erro em depoimento

Os policiais rodoviários federais que abriram fogo contra o carro de Juliana Leite Rangel, de 26 anos, na noite de Natal, reconheceram em depoimento que os disparos foram um equívoco grave. Juliana, que estava indo com a família para a casa de parentes em Niterói, foi atingida na cabeça e segue em estado gravíssimo no hospital.

De acordo com o superintendente da PRF no Rio de Janeiro, Vitor Almada, os agentes – dois homens e uma mulher – estavam em escala de plantão natalino, mas habitualmente atuam em funções administrativas, sem experiência em patrulhamento de rotina. Eles alegaram que, ao se aproximarem do veículo na BR-040, ouviram disparos e assumiram erroneamente que vinham do carro da família.

Reprodução/Redes Sociais
Juliana Leite Rangel foi baleada na cabeça e segue em estado gravíssimo no hospital.

“Os policiais relataram que, diante do que ouviram, reagiram acreditando estar sob ataque. Foi um erro grave e uma abordagem totalmente fora dos padrões de treinamento”, afirmou Almada. Segundo ele, o incidente está sendo investigado tanto pela PRF quanto pela Polícia Federal (PF), que já realizou perícias no local e nas armas dos policiais – dois fuzis e uma pistola automática.

Outro elemento que complica o caso é o alerta de um ataque anterior na mesma rodovia, relatado no rádio da corporação momentos antes. A alguns quilômetros de distância, outra patrulha da PRF foi alvo de tiros enquanto dava suporte a um veículo no acostamento. Ninguém ficou ferido, mas o aviso sobre o ataque pode ter contribuído para a precipitação da equipe envolvida no caso de Juliana.

“É uma situação lamentável e estamos apurando todos os fatores que levaram a esse erro”, disse Almada. Ele ressaltou que o comando regional determinou o afastamento dos policiais de todas as atividades operacionais e solicitou que a PF assuma as investigações para garantir imparcialidade.

Juliana estava no banco da frente do carro, ao lado do pai, Alexandre Rangel, que dirigia. Segundo ele, ao ouvir a sirene da PRF, sinalizou com a seta para encostar, mas os policiais começaram a atirar antes mesmo da parada. “Eu pedi para a minha filha abaixar. Meu filho deitou no fundo do carro. Mas, infelizmente, um tiro atingiu a Juliana”, relatou Alexandre, que também foi baleado na mão esquerda, mas já recebeu alta.

O carro da família e o veículo da PRF foram encaminhados para o pátio da delegacia federal em Nova Iguaçu, onde serão realizados os procedimentos de perícia. A PRF e a Polícia Federal foram acionadas para apurar os detalhes da ocorrência.


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