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Após 14 anos, relógio da Praça Rio Branco passa por conserto

O relógio localizado na Praça Rio Branco, no centro de Teresina, é um símbolo da modernização da cidade e que resiste ao tempo. Ele conta a história do desenvolvimento de um povo e do crescimento de uma região. A peça estava sem funcionar há quase 15 anos, quando ocorreu sua última manutenção, e, recentemente, passou por um processo de revitalização.

O reparo foi feito pelo relojoeiro Tarcísio Paiva, por intermédio da Prefeitura de Teresina, e conta com algumas novidades, como aviso sonoro a cada hora e músicas temáticas. O relógio está em teste e a conclusão desse processo deverá ser concluída em breve.

Assis Fernandes/ODIA
Após 14 anos, relógio da Praça Rio Branco passa por conserto

Ainda estamos em fase de testes. O relógio foi consertado e passou por uma modernização, contando, agora, com toques musicais temáticos. No período natalino, por exemplo, ele tocará músicas da época. Ainda faltam alguns detalhes, mas logo ele estará funcionando plenamente

Tarcísio Paivarelojoeiro responsável pelo conserto do relógio

Instalado na década de 1920, o relógio foi colocado quando o local era conhecido como Praça do Livramento, ou Uruguaiana, e ficava localizado na região destinada à elite teresinense. O relógio é inspirado no estilo Art déco, que começou na Europa, em 1910, e faz uso de formas geométricas, ornamentos e design abstrato.

O professor e arquiteto Paulo Vasconcelos explica que a Praça Rio Branco foi o espaço onde a cidade começou a receber os melhoramentos urbanísticos da Revolução Industrial, como água encanada, energia elétrica, calçamento e a primeira praça.

“O relógio não é exatamente da época da implantação da praça. Ele acontece após uma reforma que teve no período getulista, no começo da década de 30, e a praça, que até então tinha uma linguagem Art nouveau, com coreto, postes em ferro fundido e bancos, ganha uma feição de praça Art déco, com luminárias de globo e bancos tradicionais, que ainda hoje existem na Praça Pedro II, e nesse período veio o relógio”, conta.

Assis Fernandes/ODIA
Após 14 anos, relógio da Praça Rio Branco passa por conserto

O local, então, passou a ser chamado de ‘esquina do relógio’, que foi também um dos primeiros pontos de táxi de Teresina. Era um marco no centro da cidade e um ponto de encontro. A implantação de relógios em praças, igrejas e locais de destaque era recorrente no século passado e ocorreu em diversas capitais.

Em um dado momento da história, o relógio ficou abandonado e parou de funcionar. No início dos anos de 1990, o relógio passou por uma reforma e voltou a marcar as horas. Os técnicos responsáveis pela manutenção vieram de Juazeiro do Norte, no Ceará, e eram especialistas em consertos de relógios antigos. Alguns anos depois, o relógio recebeu sua última pintura, fazendo uma releitura do Art déco, dando-lhe mais alguns anos de sobrevida. Sem manutenção, ele voltou a parar.

O professor Paulo Vasconcelos lembra que a Praça Rio Branco reunia os bares mais requintados de Teresina, além de importantes comércios, como farmácias, o que era algo diferenciado para a época, marcando o crescimento do Centro e fazendo com que os mais nobres se migrassem para outras áreas mais distantes.

Assis Fernandes/ODIA
Após 14 anos, relógio da Praça Rio Branco passa por conserto

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