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Suíça investiga suicídio assistido em cápsula de nitrogênio

Várias pessoas foram presas pela polícia da Suiça após a utilização de uma controversa cápsula de design futurista, desenvolvida para permitir que uma pessoa cometa suicídio, informaram as autoridades nesta terça-feira (24). O dispositivo, conhecido como "Sarco", foi utilizado pela primeira vez em uma floresta na cidade de Merishausen, localizada no cantão de Schaffhausen, próximo à fronteira com a Alemanha, na última segunda-feira (23).

ReproduçãoFacebookPhilip Nitschke
Suíça investiga suicídio assistido em cápsula de nitrogênio

Um porta-voz do grupo responsável pela criação da cápsula, chamado The Last Resort, informou que a vítima era uma mulher americana de 64 anos, que enfrentava sérios problemas no sistema imunológico. Florian Willet, copresidente do The Last Resort, foi um dos quatro indivíduos detidos, junto com um jornalista holandês e dois cidadãos suíços. Willet foi a única pessoa presente no momento em que a mulher tirou a própria vida, de acordo com o porta-voz do grupo.

Em um comunicado oficial, Willet descreveu o falecimento como um processo "pacífico, rápido e digno". O porta-voz também afirmou que a mulher havia passado por avaliações psiquiátricas antes de decidir terminar com sua vida.

A cápsula, com um design aerodinâmico e elegante, funciona ao liberar gás nitrogênio em seu interior, o que reduz os níveis de oxigênio a uma concentração fatal. O dispositivo foi criado por Philip Nitschke, um médico australiano conhecido por sua atuação em suicídio assistido desde os anos 1990.

Os presos estão sendo acusados de "induzir, auxiliar e incitar o suicídio", pois, apesar do suicídio assistido ser permitido na Suíça, segundo o Ministério da Saúde do país, a cápsula não cumpre com os padrões de segurança de produtos exigidos pela legislação e o uso de nitrogênio na máquina não está de acordo com a regulamentação vigente.

A Suíça permite o suicídio assistido, mas com algumas condições. A prática é legal no país desde a década de 1940, desde que o ato seja altruísta, ou seja, sem motivos egoístas, como lucro financeiro ou benefícios pessoais. O suicídio assistido na Suíça não exige que a pessoa tenha uma doença terminal, mas a pessoa que solicita deve ser mentalmente competente e tomar a substância letal por conta própria, sem intervenção direta de outra pessoa.

Existem organizações na Suíça, como a Dignitas e a Exit, que auxiliam estrangeiros e cidadãos suíços que buscam o suicídio assistido, e esse é um dos motivos pelos quais o país se tornou um destino para o chamado "turismo de suicídio", atraindo pessoas de outros lugares onde essa prática é ilegal.


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