O PSDB nacional tem um lugar de destaque na história da redemocratização do Brasil. A sigla governou o país de 1994 a 2002, abrigou nomes históricos da política nacional e disputou com o PT o segundo turno de eleições presidenciais em 2002, 2006, 2010 e 2014. Após perder para Dilma Rousseff, a sigla fez apostas erradas no radicalismo, passou por uma crise de identidade no governo Bolsonaro que praticamente liquidou a sigla do cenário político nacional e hoje, está reduzida a 10 deputados federais e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O partido tem outros dois governadores, que devem deixar o partido. É muito pouco para quem já foi a maior força política do país e liderou avanços sociais tão significativos.
No Piauí, o PSDB agora passa pela mesma crise de identidade. Lançar candidatura própria, apoiar Silvio Mendes ou Fábio Novo é a duvida. A certeza é que unido, o partido não vai ficar. Os vereadores Edson Melo e Paulo Lopes, por exemplo, jamais apoiarão Fábio Novo. Já Luciano Nunes e seu grupo, certamente não vão apoiar Silvio Mendes. A tese da candidatura própria também não empolga ninguém. Seja qual for o destino do partido, é muito pouco para quem foi por três décadas a maior força política de Teresina e liderou avanços sociais tão significativos.
Sendo assim, a crise de identidade que o partido passou no governo Bolsonaro, quando uma ala era aliada do governo e outra adversária, e uma terceira independente, se instalou no diretório da sigla no Piauí. Sem lideranças populares de expressão, que alcancem a massa do eleitorado, fica evidente que a sigla dificilmente terá condições de defender o legado do partido, tanto em âmbito nacional, quanto em Teresina.