O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, reconheceu, na última terça (30), a situação de emergência em decorrência da seca na cidade piauiense de Coronel José Dias, no sul do Piauí. Localizado a 518 km de Teresina, próximo a fronteira com Pernambuco, o município está na região do semiárido piauiense e sofreu com a escassez de chuvas no último semestre.
Além da cidade Piauiense outras 44 cidades brasileiras também foram atingidas por desastres em nove estados do País. Outras três entraram em estado de calamidade pública. Com a medida, os municípios podem solicitar recursos do Governo Federal para atendimento à população afetada, restabelecimento de serviços e reconstrução de infraestruturas e moradias.
No Rio Grande do Sul, as cidades de Agudo, Ajuricaba, Arroio do Tigre, Capão do Cipó, Capitão, Dona Francisca, Júlio de Castilhos e Sobradinho foram atingidas por chuvas intensas, assim como Serranópolis de Minas e Três Corações, em Minas Gerais.
Também no Rio Grande do Sul, os municípios de Barros Cassal, Nova Petrópolis e Presidente Lucena foram atingidos por enxurradas, enquanto Cruzeiro do Sul e Porto Xavier registraram inundações. Já Nova Santa Rita e Giruá foram afetadas por vendavais e Vista Alegre, por queda de granizo. O município mineiro de Engenheiro Caldas também registrou granizo. Saiba mais aqui.
Já as cidades de Caetité, Heliópolis, Iaçu, Iramaia, Mundo Novo e Presidente Jânio Quadros, na Bahia; Boa Ventura, Brejo do Cruz, Nova Floresta, Santa Cecília, Santana dos Garrotes, São João do Rio do Peixe, São José de Piranhas e Tavares, na Paraíba; Jaguaribara e Mombaça, no Ceará; Iati e Ibirajuba, em Pernambuco; Caicó, no Rio Grande do Norte; e Figueirópolis, em Tocantins, tiveram o reconhecimento de situação de emergência decretado devido à estiagem.
Itamarandiba e Joaíma, em Minas Gerais, Cedro, no Ceará, e Campo Grande e Santo Antônio, no Rio Grande do Norte, foram atingidas pela seca, que é um período de falta de chuvas mais prolongado do que a estiagem.Em Santa Catarina, a cidade de Joinville teve o reconhecimento sumário em decorrência de extravasamento de produtos perigosos transportados no modal rodoviário.
Impactos da estiagem no Nordeste em 2023
A estiagem que atingiu a região Nordeste do Brasil em 2023 foi a mais severa dos últimos 50 anos. O fenômeno foi causado pela combinação de fatores climáticos, como o fenômeno El Niño, e a intensificação dos efeitos das mudanças climáticas.
Os impactos da estiagem foram sentidos em todos os estados da região, mas foram mais intensos no semiárido, que é uma área naturalmente seca. Em algumas regiões, as chuvas ficaram até 80% abaixo da média histórica.
Os principais impactos da estiagem foram:
- Redução da disponibilidade de água: A falta de chuvas provocou uma redução significativa da disponibilidade de água para consumo humano, animal e irrigação. Em alguns municípios, o abastecimento de água foi interrompido ou reduzido.
- Perda da produção agrícola: A estiagem causou perdas significativas na produção agrícola, principalmente de milho, feijão e frutas. Em alguns municípios, a produção agrícola chegou a cair 80%.
- Aumento da pobreza e da fome: A perda de renda causada pela seca agravou a situação de pobreza e fome na região. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), mais de 5 milhões de pessoas foram impactadas pela seca em dezembro de 2023.
Os impactos da estiagem também foram sentidos na saúde pública. A falta de água potável e a redução da produção de alimentos aumentaram o risco de doenças transmitidas pela água e pela má nutrição.
O governo federal e os governos estaduais adotaram medidas emergenciais para enfrentar a seca. Essas medidas incluíram a distribuição de água potável, a implantação de programas de assistência alimentar e o apoio à produção agrícola.