O acidente aéreo registrado neste domingo (22) na cidade de Gramado, na Serra Gaúcha, vitimou pelo menos 10 pessoas e deixou um cenário de tragédia em uma das cidades mais bonitas e turísticas do sul do país. E este triste episódio foi presenciado por um piauiense. André Santos, jornalista e coordenador de Direitos Humanos da Prefeitura de Teresina, estava em Gramado e classificou o que viu como um "cenário de guerra".
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André estava a trabalho em Caxias do Sul e decidiu conhecer Gramado, que fica a cerca de 60km do local, quando soube da tragédia. “A gente veio cumprir uma decisão judicial de reintegração familiar de um adolescente (em Caxias do Sul) e nosso voo retornaria hoje para Teresina. E pela manhã, a gente decidiu ir em Gramado. É perto, cerca de 60 km para conhecer e a gente se deparou com essa situação ao chegar. A gente estava muito próximo, tomando café. E vimos toda essa situação. Um cenário de guerra, onde a aeronave caiu, próximo à avenida central da cidade. Gramado tem mais de um milhão e meio de pessoas nesse período, por conta do Natal e foi uma cena de horror”.
André afirmou ainda que, após o ocorrido, ele e os demais integrantes da equipe decidiram retornar para Caxias do Sul. "Rapidamente voltamos para Caxias do Sul, que é de onde sai nosso voo. Decidimos agilizar nossa vinda (para Teresina) para não correr nenhum risco de atraso, nem a perca do voo. Mas, muito triste esse cenário”, relatou.
Confira o depoimento de André Santos em vídeo:
Tragédia deixou 10 mortos e pelo menos 17 feridos
A aeronave pilotada por ele neste domingo era um bimotor modelo PA-42 Cheyenne, fabricado em 1990 pela Piper Aircraft. O avião decolou às 9h12 do aeroporto de Canela, cidade vizinha a Gramado, com destino a Jundiaí, em São Paulo. Antes de cair, a aeronave colidiu com a chaminé de um prédio, e em seguida, no segundo andar de uma residência e, então, caiu sobre uma loja de móveis. Os destroços ainda alcançaram uma pousada, onde estavam as duas pessoas que sofreram queimaduras graves.
O Corpo de Bombeiros Militar controlou o incêndio decorrente da queda da aeronave, mas ainda trabalha para estabilizar e retirar a estrutura de ferro da loja para, então, conseguir acessar os destroços e retirar os corpos. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), trabalham, paralelamente, na investigação das causas do acidente, com focos distintos.
O Cenipa tem por objetivo investigar as ocorrências aeronáuticas para prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram. Já a autoridade policial busca por possíveis responsáveis pela tragédia. De acordo com o governador, não é possível falar sobre as condições técnicas da aeronave, mas disse que decolou em condições climáticas “que não eram as melhores”. “Mas os estudos e os especialistas poderão dizer se as condições eram propícias ou favoráveis ou possíveis para o voo ou não”, reforçou.
A FAB informou que foi acionada para realizar a investigação da ocorrência, envolvendo a aeronave de matrícula PR-NDN. De acordo com o registro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ela está em nome de Luiz Claudio Salgueiro Galeazzi, em situação normal de aeronavegabilidade, e poderia ser utilizada para transporte privado, com operação negada para táxi aéreo. A Prefeitura de Gramado suspendeu o tradicional desfile de Natal que ocorre na cidade, programado para este domingo. Há a liberação parcial do trânsito na Avenida das Hortênsias, local do acidente. Os hóspedes que estavam na pousada que foi atingida já foram realocados para outros hotéis da cidade.
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