A gestão de Rafael Fonteles é, sem dúvida, a continuidade de um modelo administrativo iniciado e liderado nas últimas duas décadas por Wellington Dias no Piauí. Rafael nunca negou isso. Mas tem, é verdade, aplicado o seu jeito de fazer gestão desde o início do mandato. Com origem na iniciativa privada, ele tem ritmo diferente, é pragmático, e afeito a metas e prazos. Diferentemente de Wellington Dias, que surgiu do movimento de luta sindical. Os dois, portanto, possuem perfis diferentes. E é justamente da diferença de perfil que uma ala mais ideológica do Partido dos Trabalhadores tem se queixado. Rafael pode ser classificado como integrante de um novo PT que desponta timidamente na sombra do presidente Lula. São expoentes desse novo momento da sigla o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o líder do governo no Senado, Fabiano Contarato; que levam a sigla para um campo mais liberal, moderno e conectado com a evolução da sociedade. Aí está o estranhamento, há mudança no horizonte dentro do principal partido de esquerda do Brasil.
Companheiros
Se existia alguma dúvida da excelente relação do senador Ciro Nogueira com o ministro do Esporte, André Fucuca, essa caiu por terra. Nogueira foi padrinho de batismo no último domingo do pequeno André, filho de Fufuca. O ministro do Progressistas, partido presidido pelo piauiense, contou, como não poderia ser diferente, com o aval de Ciro para chegar na Esplanada dos Ministérios. Fufuca é, portanto, o elo entre Ciro e o governo Lula. Após o batismo, Nogueira participou do ato do ex-presidente Bolsonaro, em Copacabana.
Sobrinho x tio
Registro do sobrinho do senador Ciro Nogueira, Humberto Filho, com o governador Rafael Fonteles durante agenda no município de Campo Maior no último sábado. O sobrinho e o tio estão em lados opostos na eleição municipal. Humberto Filho disputa a indicação de vice na chapa que terá Paulo Martins (PT), enquanto Ciro apoia a reeleição do prefeito Joãozinho Félix (Progressistas).
Em queda livre
O PSTU, que apresentou o professor Geraldo Carvalho como pré-candidato a prefeito de Teresina, terá como grande desafio na eleição deste ano mostrar uma capacidade de recuperação. O partido de esquerda vem literalmente definhando nas últimas disputas eleitorais na capital. Em 2012, o candidato Daniel Solon obteve 5 mil votos, o que representou 1,22% dos votos válidos daquela disputa. O partido perdeu praticamente a metade dos votos na eleição de 2016, quando Luciane Santos alcançou 2.745 votos. No último pleito, em 2020, a sigla amargou 254 votos com Gervásio Santos.
Novo de novo
o lançamento da pré-candidatura na semana passada, que contou com a presença do governador Rafael Fonteles e aliados, a equipe já programa para o dia 4 de maio, em um espaço de show na zona Leste, a apresentação de uma prévia do plano de governo. As plenárias do PT estão acontecendo por zonas da cidade e serão consolidadas no evento. A principal proposta, no entanto, já está sendo explorada: tarifa zero no transporte coletivo.
Qual resultado dessa matemática?
Rafael Fonteles tem uma equação nada fácil para resolver no município de Boqueirão do Piauí, no Norte do Estado. O governador tem afirmado que apoiará nas disputas municipais quem esteve com ele na eleição para o governo. Acontece que na cidade os candidatos de situação, Genir Ferreira (PT), e de oposição, o médio Antônio Luís (MDB), votaram em Rafael. Genir alega que é do PT e que o vice da oposição votou em Sílvio Mendes. Antônio Luís, por sua vez, defende que votou e foi aluno de Rafael.