O Centro de Teresina, anteriormente considerado o local mais movimentado da capital do Piauí, enfrenta um crescente processo de esvaziamento. Lojas fechando, imóveis abandonados, sensação de insegurança e a falta de policiamento ostensivo tem afastado moradores, comerciantes e consumidores.
A migração de pessoas e empreendimentos para outras zonas da cidade também contribui para a decadência da região. Nos últimos 12 anos, o Centro perdeu mais de 20% da sua população.
O problema já se arrasta há anos, mas tem piorado nos últimos meses. Diante desse cenário, empresários e moradores decidiram se reunir em uma assembleia para discutir a formação da Associação S.O.S Centro. O movimento busca propor alternativas para garantir a segurança e a sobrevivência comercial e habitacional da região. A primeira reunião do grupo acontece nesta segunda-feira (17).
Um dos empresários à frente do movimento é o Dr. Samuel Rêgo, vice-presidente da Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI). De acordo com ele, o objetivo é resgatar o Centro de Teresina da insegurança e do esvaziamento.
“O Centro está abandonado. Não tem segurança, as lojas e consultórios estão fechando ou sendo invadidos por bandidos. Os moradores que vivem aqui também estão em pânico. Então, estamos tentando reunir pessoas que querem lutar pelo resgate do Centro, para que ele volte a ser um lugar seguro, de comércio e um polo de saúde”, destacou.
A Dr. Lúcia Santos, presidente do SIMEPI, também participa do movimento. Ela reforça que a criação da associação tem por objetivo pressionar o Poder Público quanto à aplicação políticas integradas que possam reavivar o Centro da capital.
"O que nós pensamos? A criação de uma associação onde a gente vai exigir, que os impostos chegam rápidos para pagar, vamos exigir o retorno desses tributos. Queremos segurança, que é o básico, pois a partir das 18h vemos a invasão de pessoas que vêm na nossa porta nos ameaçar e outras coisas. Não tem segurança. Agora é um chega", afirma.
O empresário Jorge Leite, que também esteve na reunião, relembrou a memória afetiva que possui com a região. Ele relatou que quando criança o local possuia uma vida jamais pensada com os dias atuais.
"É até chato dizer isso: eu vivi minha toda aqui no Centro, minha infância que foi na rua 13 de maio, a gente via as ruas movimentadas, jogávamos bola no meio da rua... o Centro tinha vida e o hoje, nem comercialmente falando, não está tendo mais essa vida", argumenta
A partir de agora, o grupo irá formalizar um documento sobre a criação da associação, elencando cargos e demais funções dentro da nova entidade. Mediante a formalização do grupo, a associação vai pressionar o Poder Público para que intervenções necessárias e pontuais possam sem implementadas com o intuito de cessar o esvaziamento do Centro de Teresina e reavivar o local que, além de ponto comercial central da cidade, é fator importante da construção histórica, cultural e social da capital.
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