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Humorista piauiense é denunciado e poderá pagar R$ 200 mil após discurso de ódio contra a população LGBTQIAP+

Um humorista piauiense de iniciais G. A. C. foi denunciado pelo Ministério Público do Piauí por supostamente ter causado danos morais coletivos à população LGBTQIAP+. Se condenado, ele poderá pagar uma multa no valor mínimo de R$ 200 mil. A ação civil pública foi protocolada pelo MPPI no último dia 6 de julho.

Assis Fernandes/ODIA
MPPI, Ministério Público do Piauí

Segundo a promotora de Justiça, Myriam Lago, a denúncia decorre de publicação de vídeos na conta do Instagram do humorista. De acordo com a denúncia, nos conteúdos produzidos pelo homem, seriam reproduzidos discurso de ódio e de intolerância contra a comunidade LGBTQIAP+.

“Entre as falas dele, são mencionadas frases como ‘Homossexualismo é errado’; ‘Bandeira colorida LGBT, movimento nojento’; ‘Homossexualismo é uma doença, uma aberração da natureza’; ‘Não é questão de preconceito, é apenas minha opinião, fogo nas bandeirinhas coloridas’; entre outros”, explicou a promotora Myrian Lago.

Reprodução/Freepik
Bandeira arco-íris, simbolo do movimento LGBTQIAP+

Ainda conforme a denúncia, o humorista chegou a queimar bandeiras com as cores do arco-íris, símbolo histórico do movimento LGBTQIAP+. Em setembro do ano passado, o acusado publicou um vídeo pedindo desculpas pelo ocorrido, bem como ter relatou que apagou o conteúdo.

Myrian Lago frisou ainda que essas ações e falas "problemáticas" proferidas pelo humorista são um verdadeiro ataque à população LGBTQIAP+. O MPPI destacou também que o fato constitui em discurso de ódio e viola princípios constitucionais, notadamente a dignidade humana, a defesa de grupos vulneráveis, a isonomia de tratamento, o enfrentamento da homofobia e a repressão de condutas discriminatórias.

Em caso de condenação, o montante pago pelo humorista deverá ser revertido ao Fundo de Incentivo à Cultura do Piauí.

Outro lado

Ao PortalODia.com, o humorista piauiense informou que irá acionar seu advogado de defesa para ter um respaldo sobre o assunto. O espaço segue em aberto para esclarecimentos.

Com edição de Nathalia Amaral.