A Paróquia São José Operário, localizada no bairro Vila Operária, há 65 anos é um marco religioso importante em Teresina. Localizada no coração da cidade, o local se tornou um ponto de encontro espiritual dos teresinenses. O bairro foi fundado há quase um século, conhecido por sua forte ligação com a fé e a tradição, algo que reverbera em cada esquina dos que ali vivem e trabalham.
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O início do bairro é datado em 1928, com a criação da Ponte Metálica (ou Ponte João Luís Ferreira) e a Estação Ferroviária, que visava estimular a urbanização da cidade, além de fazer uma ligação entre os estados do Piauí e Maranhão. O bairro surgiu como moradia para abrigar os trabalhadores desse projeto, a iniciativa foi estimulada pelo poder público e a prefeitura destinou terrenos aos operários.
Embora a doação dos terrenos tenha ocorrido em 1928, as primeiras casas só começaram a ser erguidas ao longo da década de 1930. Casas essas que eram bem simples, construídas de palha e taipa, o bairro era precário, as ruas não eram pavimentadas e a maioria dos habitantes que morava na região além de trabalhar na construção civil, eram mecânicos, sapateiros e marceneiros. A distância até as igrejas já existentes na época, como a Igreja do Amparo e a de São Benedito, tornava o acesso à fé um desafio.
Foi nesse contexto que a comunidade se uniu para discutir a construção de uma igreja própria. No dia 1º de maio de 1957, a Paróquia de São José Operário foi fundada. O nome e a data não foram escolhas aleatórias: São José, pai de Jesus Cristo, era conhecido por seu trabalho como marceneiro. Assim, como o dia primeiro de maio, Dia do Trabalhador, o nome da paróquia também é uma homenagem aos trabalhadores.
A construção da Igreja foi iniciada aos poucos, a partir das décadas seguintes. Embora a paróquia não seja geograficamente muito grande, ela conta com Centro de Formação São José Operário, Casa Paroquial que abriga os missionários redentoristas, cinco capelas instaladas nas comunidades, cada qual possui estrutura para atender catequese, crisma, liturgia, pastoral do dízimo, legião de Maria, além das novenas que ocorrem às terça-feiras.
O Padre irlandês Tiago Herbert, missionário redentorista, testemunhou o impacto da igreja na vida dos moradores da Vila Operária. "A novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro se tornou um evento de grande importância, atraindo mais de 15 mil pessoas toda terça-feira. A igreja não é apenas um lugar de oração, mas também de encontro e união, onde pessoas de diversas classes sociais se reúnem por um mesmo objetivo: fé", ressalta o missionário.
A igreja não só serviu como um local de culto, mas também se tornou um centro cultural e social, palco de apresentações e ajuda no comércio de pequenos vendedores com suas barracas aos arredores da praça e da igreja. Aniari Nery e Maria das Graças Silva são comerciantes que têm suas histórias entrelaçadas com a Paróquia da Vila Operária. Aniari, trabalha no bairro há 25 anos, compartilha sua experiência.
"Eu trabalho aqui há 25 anos, e daqui tiro o meu sustento. Vi meus filhos crescerem e eduquei eles na fé, justamente na igreja. Quando cheguei, vendia ímãs de geladeira, e hoje, graças a Deus, estou para abrir uma loja. A igreja sempre teve um papel importante na nossa vida aqui, porque hoje tenho um filho no seminário, perto de ser ordenado padre", relembra a comerciante.
Maria das Graças Silva, trabalha há 15 anos na Vila Operária, também destaca a transformação pessoal e profissional proporcionada pela igreja. “Comecei a vender por incentivo de uma amiga e, com o tempo, consegui construir minha casa. A igreja aqui é muito acolhedora, sempre foi um ponto de referência. Agora eu já estou aposentada, mesmo assim continuo com minha banquinha todas as terças” afirma Maria das Graças.
Quem vai à Novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, às terças, não tem como não presenciar a lotação. A novena ocorre há mais de 70 anos e se tornou um ritual semanal consolidado, realizado a partir das 5h da manhã, de hora em hora, com 14 horários.
Em 1959, os missionários vieram auxiliar as Santas Missões Populares, com a presença do Arcebispo Dom Avelar, quatro missionários Capuchinhos e sete Missionários Redentoristas. Eles foram os responsáveis pela novena. A ideia inicial era instalar a novena no bairro Vermelha, mas lá não tinha igreja e, por isso, a paróquia escolhida foi a Paróquia de São José Operário, na Vila Operária.
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