A influenciadora digital Yrla Lima foi presa no final da tarde desta quinta-feira (10) em Teresina. A prisão ocorreu após ela se entregar à Polícia na Central de Flagrantes da capital, onde estava foragida desde o início da Operação Jogo Sujo II, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí na última quarta-feira (09). Acompanhada de advogados, ela prestou depoimento aos policiais. A conta da influencer no Instagram já foi desativada.
Yrla Lima é investigada pela divulgação de jogos de azar na internet. Ela foi mantida sob custódia para que os procedimentos legais necessários fossem tomados em relação às investigações. No âmbito da operação, foram cumpridos 22 mandados judiciais de busca e apreensão e também de prisão. Cinco alvos foram efetivamente detidos. Trata-se dos influenciadores teresinenses que divulgavam jogos de azar por meio de suas redes sociais. (Ver lista abaixo)
Outras duas pessoas foram conduzidas em flagrante: o cabo Jairo e o sargento Mota, ambos da Polícia Militar do Piauí. Ao todo, 22 veículos foram apreendidos, sendo boa parte deles, de luxo. Com os influenciadores, a polícia apreendeu em torno de R$ 500 mil em espécie. A origem do dinheiro ainda está sendo investigada, mas as investigações já apontam que a quantia pode ser oriunda da divulgação de jogos de azar como o Tigrinho. Além disso, outros bens como joias e aparelhos eletrônicos dos influenciadores foram apreendidos.
Veja quem são os influenciadores presos
Pedro Lopes Lima Neto (Lokinho): O influenciador ficou famoso após divulgar um vídeo em que relatado ter sido assaltado por um cliente dentro de casa. Após isso, Lokinho passou a acumular mais de 100 mil seguidores nas redes sociais e a divulgar “o jogo do tigrinho” no seu perfil. Recentemente, ele organizou o reality show "Mansão do Lokinho", que reuniu diversos influenciadores. Ele também está envolvido no acidente na BR-316 que matou duas pessoas e deixou outras duas feridas na noite do último domingo (6).
Milena Pâmela: Além de influenciadora, Milena Pâmela é empresária e proprietária de uma loja de roupas e de uma marca de suplementos vitamínicos. Ela atualmente conta com 211 mil seguidores no seu perfil do Instagram, onde também divulgava o “jogo do tigrinho”. Nas redes sociais, Milena compartilha uma vida de luxo, com viagens para o exterior.
Diogo Macedo (Diogo Xenon): Conhecido como Diogo Xenon, ele é empresário no setor automotivo e tem mais de 40 mil seguidores no Instagram. No seu perfil, ele publica conteúdos sobre produtos para veículos de luxo.
Letícia Ellen: Namorada de Diogo Xenon também compartilhava de luxo nas redes sociais e usava o perfil para divulgar os jogos de azar. Após sua prisão, a conta de Letícia no Instagram foi desativada.
Brenda Raquel: A influenciadora possui mais de 90 mil seguidores e é conhecida como “Grandona”. Ela foi presa junto com o pai, que portava uma arma de fogo ilegal. Ao chegar à sede da SSP e ser entrevistada pela imprensa, Brenda Raquel debochou das acusações.
Douglas Guimarães Pereira Neves: ele foi preso em um hotel localizado na cidade de São Paulo. Ele é um dos influenciadores procurados no âmbito da Operação Jogo Sujo II. Antes de ser preso, Douglas chegou a publicar em suas redes sociais que Teresina está "embaçada" e que estava recebendo ligação de amigos, familiares e do advogado. “Em Teresina tá complicado. Os influencers estão tudo sendo presos, tá embaçado. Acordei assustado hoje, amigo meu ligando, advogado ligando, parente ligando, loucura”, comentou o influencer em um stories do Instagram antes de ser detido.
A ação visa combater crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro. Além dos sete influenciadores presos em Teresina e em São Paulo, o cabo Jairo e do sargento Mota também foram conduzidos à Polícia, mas já estão soltos; uma outra pessoa segue foragida.
Cabo Jairo e Sargento Mota já foram soltos
Os dois policiais militares detidos em flagrante durante a Operação Jogo Sujo II já foram liberados, de acordo com o delegado Humberto Mácola, coordenador da DRCI. O cabo Jairo e o sargento Mota foram alvos de um mandado de busca e apreensão por suposto envolvimento na divulgação de jogos de azar, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Ao cumprirem mandado na residência do cabo Jairo, os policiais encontraram com ele um celular roubado.
Questionado sobre por que o cabo Jairo já foi solto mesmo portando produto de roubo e tendo sido pego em flagrante, o coordenador da DRCI declarou que foi levado em referência a quantidade de aparelhos, que no caso dele era apenas um, a colaboração em relação ao aparelho sobre mostrar o que aconteceu para que o dispositivo fosse parar em suas mãos e a relevância do cabo dentro da organização criminosa alvo da investigação. No caso do sargento Mota, como ele também foi alvo apenas de um mandado de busca e apreensão, também acabou sendo liberado após prestar esclarecimentos.
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