A Polícia Civil disse ainda não ter recebido nenhum registro de ocorrência sobre o caso da bebê recém-nascida que foi abandonada em uma sacola de lixo no bairro Parque Piauí. O caso aconteceu na tarde da quarta-feira (14), quando o bebê foi encontrado por fiéis da igreja do bairro, mas a polícia informou que, até o momento, não recebeu qualquer denúncia oficial para poder abrir um inquérito.
A informação foi confirmada ao Portalodia.com pela Secretaria de Segurança do Estado. Em conversa com a reportagem, o delegado Hugo Alcântara, titular da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) disse que nenhum registro foi recebido pela delegacia e que sem um boletim de ocorrência não é possível iniciar a investigação.
“Ainda não estou sabendo formalmente deste caso, porque ainda não foi passado. A depender da natureza do caso, pode ser que fique com a gente na DPCA ou com o Departamento de Homicídios. Como seria um abandono de incapaz em situação de vulnerabilidade, a investigação deve vir aqui para a DPCA, mas ainda não chegou nada. Assim que formos notificados, a investigação entra em andamento para apurar responsabilizações”, explicou o delegado.
De acordo com Hugo Alcântara, se a DPCA for notificada, o primeiro passo é tentar colher depoimentos de testemunhas e coletar imagens que possam ter sido registradas por câmeras do momento do abandono. O delegado diz que a polícia deverá trabalhar amparado por outros órgãos, como o Conselho Tutelar, para tentar localizar a família extensa do bebê.
“É uma situação que deve sim envolver uma investigação, mas enquanto não tivermos um acionamento oficial, não podemos agir. Em recebendo este registro, imediatamente iniciamos as diligências”, finaliza Hugo Alcântara.
Conselho Tutelar diz que a polícia foi acionada no mesmo dia em que bebê foi encontrada
O Portalodia.com procurou o Conselho Tutelar da Zona Sul de Teresina, que atende ao bairro Parque Piauí, onde a recém-nascida foi encontrada. O conselheiro Melquisedeque Fernandes informou que a polícia foi notificada no mesmo dia em que a bebê foi achada. De acordo com ele, o Conselho está acompanhando a situação da criança desde que ela deu entrada na Maternidade do Hospital Geral do Promorar.
“Recebemos a denúncia da Polícia Militar, levamos a criança junto com os populares até a maternidade e assim que ela receber e assim que ela receber alta, deve ser levada para o acolhimento institucional. Quanto às investigações, isso já foi registrado na própria DPCA. O trabalho do Conselho Tutelar já foi feito. Agora vamos apenas aplicar as medidas de proteção, porque a criança estava em uma situação de vulnerabilidade e risco. Daí para frente é com o Judiciário, que vai tentar localizar a família extensa. Se não, ela fica acolhida institucionalmente”, explicou o conselheiro.
Melquisedeque acrescentou que o registro da ocorrência foi feito junto à polícia pela conselheira que estava de plantão no momento em que a bebê foi encontrada.