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Teresina lidera como a capital com menor participação feminina no secretariado do Brasil

Dados do primeiro Censo das Secretarias apontam que a capital piauiense, Teresina, é a cidade que possui o menor percentual de mulheres em cargos de secretariado entre as capitais brasileiras. O levantamento foi divulgado na última semana e aponta que apenas 6% do primeiro escalão em Teresina é composto com mulheres. A pesquisa foi conduzida pelos Institutos Aleias, Alziras, Foz e Travessia Políticas Públicas, com o apoio da Fundação Lemann e Open Society Foundations.

Ao todo, o Censo das Secretarias mapeou 698 órgãos estaduais e 536 municipais e considerou secretárias que ocuparam os cargos entre novembro de 2023 e março de 2024. No âmbito estadual é registrado uma melhora tímida no patamar, onde o estado do Piauí ocupa a 12ª posição do Brasil com maior número de mulheres no secretariado. Segundo as informações, 25% do secretariado do governador Rafael Fonteles é composto por mulheres.

Arquivo/O DIA
Teresina lidera como a capital com menor participação feminina no secretariado do Brasil

Ainda conforme as informações, apenas 28% dos cargos de secretariado nos governos estaduais e nas capitais brasileiras são ocupados por mulheres, totalizando 341 secretárias em todo o país. Durante o período de amostragem, apenas uma capital, Natal, e três estados, Alagoas, Pernambuco e Ceará, atingiram a paridade de gênero. Em contrapartida, 20 estados e 16 capitais não alcançaram 30% de mulheres em seu secretariado.

O levantamento mostrou ainda que as mulheres estão mais presentes em pastas sociais tanto nos estados (53%) quanto nas capitais (44%). No entanto, a participação delas em áreas consideradas estratégicas, como infraestrutura (22% nos estados e 18% nas capitais), órgãos centrais (18% em ambos) e economia (15% nos estados e 30% nas capitais), permanece limitada.

Por meio de nota, as entidades avaliaram que a concentração feminina em setores como assistência social, saúde e educação — áreas de grande visibilidade e orçamento — reflete o fenômeno da segregação horizontal, que limita o acesso das mulheres em áreas ligadas à tecnologia, matemática e engenharia, reforçando estereótipos de gênero.

A inclusão da autodeclaração racial no questionário permitiu o levantamento do perfil racial das mulheres que ocupam cargos de secretariado. Os números mostram que 57,4% das secretárias que responderam ao formulário se identificam como brancas; 37,8%, como pretas ou pardas; 3%, como indígenas; e 2%, como amarelas.

Outro lado

A reportagem do O DIA entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Teresina para mais informações acerca do levantamento. Entretanto, até a publicação desta matéria não obtivemos retorno. O espaço segue aberto para maiores esclarecimentos.


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