A deputada federal do Amapá, Sílvia Waiãpi, teve seu mandato cassado após ter suas contas rejeitadas por unanimidade pelo colegiado do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ela é acusada de gasto ilícito do dinheiro público destinado às eleições de 2022 e teria desviado verba para fazer um procedimento de harmonização facial.

A acusação feita pelo Ministério Público Eleitoral é de que Sílvia Waiãpi usou cerca de R$ 9 mil para cobrir as despesas do procedimento estético. O dinheiro era proveniente do fundo eleitoral e deveria ser usado em sua campanha única e exclusivamente. A deputada disse, em nota, que ficou sabendo de sua cassação pela imprensa e que não foi convocada para prestar qualquer esclarecimento em caráter formal.

Agência Câmara

Deputada é cassada por desviar verba para fazer harmonização facial

Nos autos do processo foram anexados os depoimentos da coordenadora da campanha de Silvia, Maitê Mastop, e da profissional que realizou o procedimento estético na deputada. O Ministério Público Eleitoral apresentou os comprovantes das transferências feitas pela parlamentar para a clínica onde a harmonização facial foi feita.

A denúncia do MPE aponta que Silvia Waiãpi foi submetida a um procedimento de harmonização da face em 29 de agosto de 2022, período em que recebeu recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. As transferências feitas da conta da parlamentar para a clínica somaram R$ 9 mil.

Em nota à imprensa, Silvia Waiãpi afirmou que suas contas já haviam sido julgadas e aprovadas pela Corte do TRE do Amapá.

Quem é Silvia Waiãpi

Silvia Waiãpi foi eleita deputada federal pelo Estado do Amapá em 2022 pelo PL. Apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro, ela se descreve em suas redes sociais como “Mãe, avó, indígena, militar, republicana conservadora”. Em 2011, Silvia se tornou a primeira indígena a ingressar no Exército Brasileiro. Antes de ser eleita deputada, ela já havia sido secretária nacional da Saúde Indígena e ocupou cargo no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial.