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Aos sábados, durante a manhã, das 8h às 11h, o projeto comunitário “Costurando Sonhos” tem impactado a vida de mulheres na Vila da Glória, zona Sul da cidade. Roupas e retalhos, agora, têm ganhado novos significados, com propósito de fornecer oportunidades e fonte de renda para suprir as necessidades das mulheres da região há quase sete anos.
O projeto surgiu em 2017 idealizado por Marilena Pereira, costureira e líder comunitária, que viu o potencial na habilidade de costura para trazer uma nova perspectiva e capacitar as mulheres de sua comunidade. A costureira está disposta a ensina qualquer pessoa que chegar na sede do projeto e se interessar em aprender o ofício, e gratuitamente. “Esse projeto surgiu quando percebi a necessidade de muitas mulheres que me procuravam para querer aprender a costurar. Eu já tinha meu atelier, construí toda a minha família sendo costureira. E aí eu comecei a ensiná-las”, relata a idealizadora do projeto.
Atualmente o projeto conta com a participação de oito mulheres, mas já transformou a vida de aproximadamente 50 mulheres. No entanto, esse número poderia ser maior se não fosse a falta de máquinas. Embora, o projeto receba ajuda de fábricas e marcas de roupas de Teresina, que sempre disponibiliza tecidos, retalhos, linhas, zíperes e outros materiais para que as alunas possam praticar a costura e fazer as peças. “Hoje a nossa grande necessidade aqui é o maquinário. Estamos sempre correndo atrás para garantir que tenhamos o equipamento necessário para continuar o projeto dentro da comunidade”, explica Marilena.
As peças confeccionadas durante as aulas são vendidas online, em feiras e para quem visita a sede do “Costurando Sonhos”. O valor arrecadado com as vendas das peças é todo revestido para melhorar as instalações do projeto. "Eu acho que a costura, a arte da costura, faz com que você ganhe asas. Através da costura, da intimidade com a máquina, você começa a pensar o que você quer fazer... E a mulher, quando ela sente isso, esse é o primeiro passo para a liberdade, para a autoestima dela", finaliza Marilena.
Cláudia Silva conta sua jornada de transformação: ela começou no projeto com medo, teve a vida mudada graças à iniciativa da líder comunitária e hoje ela tem uma profissão e uma fonte de renda para suprir as necessidades diárias através do projeto. "Eu tinha até medo das máquinas quando eu cheguei aqui, mas agora eu passo a tarde costurando, fazendo peças básicas, infantis, tapetes e colchas. Hoje em dia eu já tenho minha própria máquina e já trabalho na área", compartilha Cláudia.
O projeto vai além de ensinar uma habilidade; ele oferece um caminho para a independência financeira, empoderamento pessoal e não se limita apenas ao público feminino. Outro exemplo inspirador é o bacharel em Direito, Josimar Costa, que sempre teve o sonho de aprender a costurar e criar fardamentos para a comunidade umbandista à qual ele pertence. "Desde criança, eu tive o sonho de me formar e já consegui, agora eu tenho um novo objetivo que é esse do mercado da costura, gosto muito de costurar", comenta Josimar.
O curso também recebe ajuda de voluntárias, como Leidiane Gonçalves, que trazem conhecimentos e a experiência como técnica em vestuário e dona de fábrica de fardamentos. Ela compartilha experiência para enriquecer as aulas e capacitar as alunas. "Procuro sempre esses institutos, os bairros, as vizinhas, quem estiver disposto a aprender para poder fazer essa profissionalização. Elas vão ter a oportunidade de aprender uma profissão, optando por trabalhar em casa ou numa empresa", ressalta a voluntária.
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