Mais de 400 policiais civis participaram de um protesto na Assembleia Legislativa do Piauí na manhã desta quarta-feira (18), reivindicando melhores condições de trabalho e reajuste salarial. A manifestação ocorre em meio a um cenário de insatisfação com o Governo do Estado, que, segundo os manifestantes, tem negligenciado a valorização dos profissionais da segurança pública.
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Isac Vilarinho, um dos líderes do movimento, explicou a razão do protesto: “Fomos a única categoria do Estado que não fechou acordo com o governo. O secretário Chico Lucas não soube conduzir a política de valorização dos policiais civis, que se doam diariamente para proteger a sociedade”, afirmou. De acordo com ele, a manifestação simboliza o pedido de reconhecimento por parte dos deputados, que são os representantes da população. “Estamos dizendo, dentro da Assembleia, que precisamos de entendimento e apoio para avançar nas nossas reivindicações”, ressaltou Vilarinho.
Adriano Bandeira, presidente da Confederação Brasileira de Policiais Civis (Cobrapol), também esteve no protesto e falou sobre a situação dos policiais civis no Piauí. "Aqui no estado, a base da Polícia Civil, composta por agentes e escrivães, figura entre os piores salários do país, enquanto os delegados estão entre os mais bem pagos. Isso cria uma enorme disparidade e desmotivação dentro da corporação", explicou Bandeira.
Segundo dados da Cobrapol, no início da carreira, os agentes civis do Piauí recebem, em média, R$ 5 mil, e no final da carreira, o salário chega a cerca de R$ 10 mil. Isso coloca o estado em uma faixa intermediária, mas com uma discrepância expressiva em relação a outras unidades federativas, como o Distrito Federal e o Amazonas, onde os salários podem superar R$ 12 mil no início da carreira.
O presidente da Cobrapol destacou a falta de um piso salarial nacional como um dos principais problemas enfrentados pelos policiais. “A ausência de um piso nacional só agrava as desigualdades salariais entre os estados. Além disso, a retenção de impostos e contribuições compromete ainda mais a remuneração desses profissionais”, afirmou.
Durante a manifestação, a liderança do movimento ressaltou que a mobilização é pacífica e que há disposição para o diálogo com os deputados. No entanto, até o momento, os manifestantes não conseguiram uma resposta concreta das autoridades locais. “Estamos aqui para abrir um canal de comunicação com o governo e os deputados, pois a nossa luta é justa e legítima. Queremos que nossas reivindicações sejam ouvidas”, concluiu Isac Vilarinho.
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