Atualização às 10h43
A Câmara Municipal manteve o veto da Prefeitura de Teresina ao projeto de lei que proibia gradativamente o uso de animais de tração, como cavalos e burros, por carroceiros na capital. O veto foi mantido após somente oito vereadores votarem pela derrubada do texto, eram necessários pelo menos 15 votos contrários.
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Emocionada, a presidente do Sindicato dos Carroceiros de Teresina, Tina Lima, presidente da Associação dos Carroceiros do Piauí, comemorou a manutenção do veto. “Eu estou muito feliz que a partir de hoje nós conseguimos deixar os carroceiros trabalharem. A gente agora vai batalhar para tirar os carroceiros clandestinos, para que acabe essa má impressão dos carroceiros regularizados”, comemorou.
Já a vereadora Thanandra Sarapatinhas, autora do projeto, não poupou críticas à gestão municipal e acusou os carroceiros de maus-tratos contra os animais. Segundo ela, a manutenção do veto já era esperada devido à uma suposta articulação que a Prefeitura teria feito nos bastidores.
“A gente vê que [essa gestão] é a favor da cidade virar um lixão, é a favor que os animais sofram, eles acham que isso é normal. Todo mundo vê que há maus-tratos. Os carroceiros utilizam dos animais até o último segundo, quando acontece um acidente, eles deixam para trás, e eu vou resgatar porque eu tenho pena dos animais”, afirmou.
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Matéria original
Os vereadores de Teresina se reúnem nesta manhã (13) para votar o veto do prefeito Dr. Pessoa ao Projeto de Lei que proíbe o uso de animais para tração em carroças na capital. Proposto por Thanandra Sarapatinhas, o texto tem gerado controvérsias no parlamento municipal: de um lado, os protetores de animais defendendo o fim do uso de cavalos para puxar carroças e, de outro, os carroceiros alegando que ficarão desempregados caso o uso dos animais seja proibido.
O PL chegou ao gabinete de Dr. Pessoa no início de julho. Técnicos da Prefeitura apontaram que o texto é inconstitucional por criar ou alterar despesa obrigatória ou renúncia de receita para o Executivo, sem apresentar um estudo de impacto orçamentário e financeiro. O prefeito vetou na integralidade o projeto e este veto será analisado hoje (13) pela Câmara.
Reunidos em frente à sede do Legislativo Municipal, os carroceiros pedem a manutenção do veto ao projeto. Em conversa com a reportagem de O Dia, Tina Lima, presidente da Associação dos Carroceiros do Piauí, diz que, se for mantido, o Programa de Redução Gradativa dos Veículos de Tração Animal impactará negativamente mais de 2 mil famílias. Tina diz que os animais usados hoje nas carroças ficarão abandonados.
“A gente espera que os vereadores vejam a situação dos carroceiros, porque não tem condição desses pais de família ficarem desempregados. E estes animais, onde vão ser colocados? Tem carroceiro que tem dois animais. São mais de 4 mil, 5 mil animais. Então não tem condição. Temos hoje 2.234 famílias cadastradas, fora os clandestinos. O impacto é grande”, afirma Tina Lima.
Autora do projeto de lei, a vereadora Thanandra Sarapatinhas se manifestou anteriormente sobre as demandas dos carroceiros e disse que o texto é autoexplicativo, porque trata de uma redução gradativa dos veículos de tração animal. “Vai ser feita a substituição da tração animai e serão entregues cavalos de lata. As pessoas poderão ser empregadas na reciclagem, na CTA”, afirmou a parlamentar.
Sobre esta proposta de realocar os carroceiros em outras funções, a presidente da Associação dos Carroceiros rebateu dizendo que isso é inviável em razão do pouco grau de instrução que a maioria dos profissionais, segundo ela, possui. “Infelizmente a maior dos carroceiros aqui não sabem ler nem escrever. Quem vai dar emprego fixo para eles sem tudo? A Prefeitura não tem como suprir as necessidades de todos os carroceiros”, finaliza Tina Lima.
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