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Professores do IFPI rejeitam nova proposta e mantêm a greve; veja a tabela com os reajustes

Considerada uma proposta “problemática”, o acordo foi abertamente negado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)

28/05/2024 às 12h10

28/05/2024 às 12h10

Professores do Instituto Federal do Piauí (IFPI) discordam da proposta de reajuste dada pelo Governo Federal nesta segunda-feira (27) e decidem manter a greve. Em reunião com representantes do Governo Federal e docentes de instituições federais, foi definido um acordo de proposta para que o reajuste no salário de professores seja pago em duas parcelas: 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

Tabela de reajustes dos professores do IFPI  - (Divulgação ) Divulgação
Tabela de reajustes dos professores do IFPI

Dessa maneira, a proposta de valorização da carreira docente até 2026 representa um aumento em torno de 28,2% para professores, sendo 43% para o estágio inicial da carreira, o que significa ganho real expressivo para o período 2023 a 2026, no qual a inflação projetada varia de 15% a 18%, conforme divulgado pelo Governo. Considerada uma proposta “problemática”, o acordo foi abertamente negado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) por não haver margem para reajuste para esse ano de 2024. No Piauí, os professores do IFPI irão manter a greve. João Farias, coordenador geral do Sindicato dos Docentes do IFPI (Sindifpi), explica que o desacordo do ANDES com a proposta representa a ilegalidade das assinaturas.

Os dois grandes sindicatos nacionais que representam essas duas categorias, que é o Andes Sindicato Nacional e o Sinasef rechaçaram a proposta e se negaram a assinar enquanto estiveram na mesa ontem com o governo exigindo [...] Esse é mais um momento de negociação que o governo quer acabar de forma unilateral [...] Então eles não têm legitimidade, a greve continua, nós vamos fortificar, pressionar ainda mais o governo

João Farias Coordenador geral do Sindifpi

Além das pautas nacionais, desde o dia 16 de maio, o sindicato dos docentes do IFPI juntamente com professores, estudantes, TAES e estudantes debatem pautas locais de cada um dos 20 campi, mas encontram dificuldades relacionadas ao orçamento.

De acordo com o grupo sindical, não há recursos para as demandas infraestrutura como ampliação de salas, reforma de refeitórios, auditórios e ginásios, além de reparo de telhados/foros e aquisição de materiais de laboratório e novos computadores. Também não há recursos para o pedido de novos professores e TAES nos campi assim como demandas essenciais como mais segurança no campus, aumento da quantidade de refeições e os turnos nos refeitórios, assistência estudantil, livros e materiais básicos de papelaria.

“A greve é por mais recursos, muitos IFs acabam resolvendo essa questão de recursos porque seus deputados e senadores destinam emendas parlamentares para os IFs, infelizmente aqui as emendas para nosso IF ainda é pouca. Somada a essa situação de sucateamento, o governo federal enviará 25 milhões para cada um dos 3 campi que serão construídos, totalizando 75 milhões, no entanto o orçamento para manutenção não aumentará, continuará o mesmo que mal consegue manter 21 campi (incluindo a reitoria)”, afirma o sindicato.

Greve na UFPI

Nesta terça-feira (28), a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (ADUFPI) realizará uma assembleia geral com professores para discutir a deflagração da greve. A greve nacional que teve início no dia 15 de maio manifesta reivindicações de reajuste salarial para a classe docente. Em proposta, o Governo Federal ofereceu um aumento de 13,3% a 31% até 2026 com início em 2025. Rejeitada, o professor Kelson Vieira, apresentou uma análise detalhada sobre a proposta e demonstrou as diferenças entre a proposta atual e a anterior, evidenciando os percentuais propostos e seus impactos diretos na carreira docente.

“Foram expostos pontos críticos da proposta e as possíveis consequências para a carreira docente, destacando a necessidade de uma análise, posicionamento e deliberação diante da insatisfação da categoria com os índices. Os participantes debateram a proposta questionando os percentuais oferecidos pelo governo, as diferenças de ganho real entre os professores, bem como o fato de que a proposta não abarca de forma real os aposentados”, explica.

Professores e representantes discentes realizaram uma mobilização com panfletagem pelo campus de Teresina nessa segunda-feira (27), pela reunião que acontecerá nesta terça (28) às 14h30 no Salão Social da ADUFPI.


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Com edição de Nathalia Amaral