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Com a terceira posse como prefeito de Teresina marcada para 1º de janeiro de 2025, Silvio Mendes (União Brasil) retorna ao cargo de chefe do Poder Executivo municipal com um cenário significativamente diferente daquele que enfrentou em 2005. Se, na primeira gestão, o foco estava na organização administrativa e na expansão de serviços públicos, agora o desafio envolve gestão tecnológica e Inteligência Artificial (IA), sustentabilidade e demandas sociais mais complexas. A transição entre as épocas revela as mudanças na cidade e nas expectativas da população.
Quando Silvio Mendes assumiu pela primeira vez, Teresina enfrentava problemas crônicos na área de infraestrutura, como a necessidade de pavimentação de vias urbanas e a amplificação de redes de saneamento básico. De acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade possuía cerca de 764 mil habitantes e estava em pleno crescimento demográfico, o que exigia investimentos em educação, saúde e transporte público. Durante aquela gestão, Sílvio Mendes implementou projetos como a construção de unidades de saúde e os primeiros passos do Programa Lagoas do Norte, que promoveu melhorias ambientais e sociais.
A volta de Silvio Mendes ao comando da prefeitura em 2025, 20 anos após sua primeira posse, acontece em uma cidade transformada. Teresina, agora com quase 900 mil habitantes, 866.300 moradores conforme o Censo 2022, enfrenta problemas que vão além da infraestrutura. Entre os desafios de 2025 estão a necessidade de modernização do transporte público, a promoção da mobilidade urbana sustentável e a gestão eficiente de recursos públicos diante de um cenário econômico mais restritivo.
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Na época da primeira gestão, o orçamento municipal de Teresina era relativamente mais simples de administrar devido às menores demandas. Entre as áreas de maior investimento estavam saúde, educação e saneamento. Projetos como a ampliação da rede de água potável e esgoto foram marcos da gestão inicial de Silvio Mendes.
Agora, em 2025, Silvio Mendes assume em um contexto que requer integração de serviços digitais e soluções inovadoras para problemas estruturais. Com o advento da pandemia de COVID-19, a infraestrutura de saúde ganhou novos requisitos, como a necessidade de digitalização e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) local. A educação enfrenta desafios relacionados à inclusão digital, e o transporte precisa se alinhar às demandas da população, que a cada dia só cresce em todas as suas regiões.
O principal desafio de Sílvio Mendes será o de “arrumar a casa” nos primeiros meses de 2025, isso após o atual chefe do Executivo municipal, Dr. Pessoa (PRD), ter enfrentado durante sua gestão inúmeras crises políticas, na saúde, no transporte, na administração pública, na assistência social e em diversas outras áreas. O atual prefeito, segundo pesquisa da Quaest, encerrou seu mandato com 84% de rejeição e o primeiro na história teresinense a não se reeleger.
Novos tempos e novas demandas exitem mais interação do prefeito com demais Poderes
Ao Jornal O Dia, o cientista político e sociólogo, Germano Lúcio, analisou os principais desafios e as características que marcarão a gestão de Sílvio Mendes em seu retorno à Prefeitura de Teresina, após 20 anos do início de seu primeiro mandato. O cientista político afirma que a principal diferença entre o mandato de 2005 e 2025 é a descontinuidade de gestão e o retorno ao Palácio da Cidade, sede do Poder Executivo municipal, assumindo uma administração que foi muito ruim para a cidade nos últimos anos.
“A primeira diferença é que quando ele assumiu a primeira vez, ele vinha de um processo de continuidade com Firmino Filho. O saudoso ex-prefeito Firmino Filho tinha sido eleito e reeleito, então havia ali o princípio de continuidade de gestão. Firmino assumiu depois do Wall Ferraz e então havia ali já sedimentado uma base administrativa, uma base de planejamento, um modelo de gestão iniciado e com a situação administrativa e financeira da Prefeitura de Teresina muito diferente do que ele está recebendo agora. Então o primeiro desafio é que houve uma descontinuidade de um modelo de gestão que já estava há trinta anos em Teresina e essa descontinuidade trouxe uma gestão com o Dr. Pessoa muito complicada, para não dizer desastrosa. Silvio Mendes terá que reconstruir a gestão municipal que está um pouco, digamos assim, desestruturada”, citou.
Germano Lúcio ressaltou o contexto delicado atual da administração municipal. Contudo, a experiência do novo prefeito Sílvio Mendes, que já foi gestor da cidade por outros dois mandatos, será um diferencial importante.
“Doutor Sílvio Mendes é um homem muito experimentado, ele não é um gestor de primeira viagem, ele conhece a máquina muito bem, conhece os caminhos muito bem, sabe encontrar orçamento, onde levantar projetos, como conversar com as lideranças políticas de diversos partidos e correntes ideológicas. Além disso, ele não é fichado politicamente e consegue dialogar com todos, como vimos recentemente ele ao lado do governador Rafael Fonteles e do ministro Wellington Dias. Então isso facilita muito. Ele é um gestor experiente, sabe o que o espera e como destravar alguns caminhos”, argumentou.
Dentre os desafios que Sílvio Mendes enfrentará em 2025, a conjuntura política polarizada se destaca como um ponto de atenção. Segundo o cientista político, o contexto eleitoral recente e as divisões ideológicas podem interferir no cotidiano da gestão, mas a experiência do prefeito eleito pode ser um fator decisivo para superar esse cenário.
“Talvez o elemento novo, ou os elementos novos nessa nova gestão, sejam os aspectos da polarização política que está muito forte, em que ele na eleição passada para o Governo do Estado ele tomou partido de um lado, evidentemente, e talvez essa polarização possa em qualquer momento vir à tona durante a gestão. Mas o gestor habilidoso sabe que ele não pode gerir com ideologia ou por afinidade política. Ele tem que gerir administrativamente, pensando no bem público e no bem da cidade. Ele não vai enveredar por esse caminho pois não é um político radical e extremado”, destacou.
Por outro lado, o sociólogo alerta para as novas demandas trazidas pela evolução do perfil do eleitorado.
“Houve uma renovação do eleitorado nos últimos 20 anos, com uma geração que não conheceu a gestão de Silvio Mendes e exige respostas mais imediatas e contato direto. Nesse mundo globalizado e de demandas rápidas, o prefeito que permanece no gabinete enfrenta dificuldades. Essas mudanças requerem mais agilidade na comunicação e na apresentação de resultados efetivos”, relatou.
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Perspectivas para o futuro: Silvio demonstra otimismo
A experiência de Silvio Mendes pode ser um diferencial para enfrentar os novos desafios pelos próximos quatro anos à frente do comando da Prefeitura de Teresina. A expectativa da população e dos setores produtivos é de que o prefeito eleito utilize sua bagagem administrativa para liderar uma gestão eficiente e voltada para soluções práticas.
Em entrevista ao Jornal O Dia, Sílvio Mendes destacou sua surpresa ao retornar ao cargo de chefe do Executivo municipal após alguns anos e gestões passadas, bem como enfatizou a importância de uma equipe comprometida para mostrar os resultados esperados.
“Eu realmente não imaginava receber novamente essa missão, a maior que o cidadão pode ter, de cuidar da sua cidade, das pessoas e dos interesses. Mas tivemos sorte em escolher, em uma mercadoria muito escassa, que é de gente que entenda, tenha compromisso, disponibilidade para cuidar da cidade. Isso nos motiva e temos uma equipe fantástica”, disse Silvio Mendes.
Ao comparar a equipe atual com a de suas gestões anteriores, Sílvio Mendes não escondeu o otimismo e apontou que o foco será no aprendizado e na inovação.
“Posso até arriscar e dizer que a nossa equipe agora é melhor do que a outra. E é preciso ter a humildade de corrigir os erros que porventura a gente tenha feito no passado. O que é bom continua, se copia, contanto que a gente dê o melhor de cada um de nós pela cidade que a gente quer, pela melhoria, por preparar e viver o presente, mas, principalmente, olhar para o futuro”, concluiu.
Como em 2005, o sucesso da nova gestão vai depender, única e exclusivamente, da capacidade de transformar demandas em ações concretas, promovendo o bem-estar dos teresinenses e o desenvolvimento da capital piauiense.
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