Os produtos alimentícios tiveram o maior aumento do mês de maio, dentre os sete segmentos analisados pela Fundação Cepro, órgão oficial responsável pelo cálculo e divulgação estatística do índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Teresina. A alta foi de 1,65%, especialmente nas verduras, frutas, hortaliças e carnes bovinas. O tomate (28,54%) e a cebola (27,03%) foram os itens da Cesta Básica que mais registraram aumento de preço e no bolso do consumidor.
O economista da Fundação Cepro, José Manoel Moedas, explicou que esse aumento é reflexo do período da entressafra, quando os produtos sofrem uma alta no preço. Para driblar esse aumento, o ideal é que o consumidor substitua o produto por outro mais barato.
“Se as pessoas substituírem esses produtos que estão em alta por alimentos mais em conta, a tendência é de que o preço caia. No ano passado, a farinha de mandioca estava 70% mais cara, hoje ela caiu para 16%, porque as pessoas foram substituindo o produto”, disse. Essa substituição deve ser aplicada também com relação à carne bovina (2,17%), orientou o economista. O ideal é trocá-la por um alimento mais barato, como o frango.
Foto: Elias Fontenele/ ODIA
Ainda de acordo com José Manoel Moedas, o setor alimentício teve uma representatividade além do esperado quanto ao aumento. Dos doze produtos da Cesta Básica avaliados, o percentual saltou de 2,87% em abril para 4,95% em maio deste ano. O valor da cesta também teve uma alta considerável, de 37,59%, comparado ao valor do salário mínimo, somente neste mês de maio.
“Esse foi o maior percentual que já tivemos neste ano, e como a inflação não está fora de controle, esperamos que esse valor permaneça. O governo estipulou 6,5%, mas hoje estamos com 8,47%, então temos que ver como as coisas andam”, disse.
José Manoel salientou que esse reajuste já era esperado, devido ao aumento da mensalidade escolar (1,17%), da energia (1,26%), além do reajuste da passagem, combustível, entre outros itens. Quem não aprovou muito esse aumento foram os consumidores, que já sentem no bolso a alta dos preços. A cabeleireira Valdenize de Jesus contou que tem sentido o aumento dos preços desde o começo do ano. Segundo, com os produtos mais caros, é preciso segurar a mão na hora de ir ao supermercado.
“O meu filho está de dieta e está se alimentando com muita verdura. Antes, com R$50 eu comprava vários tipos de verduras, mas agora não dá para comprar quase nada. O tomate subiu muito de preço, antes a gente comprava cinco por R$4, agora um tomate sai por R$1”, falou.
O pintor Manoel Costa Neto também tem se segurando na hora das compras. Encher o carrinho com mercadorias e pagar o mesmo preço tem sido cada dia uma tarefa mais difícil. “A gente faz as compras e dá uma quantia. Na outra vez que a gente vem, coloca os mesmo produtos, mas o preço extrapola.
Quer dizer, ou a gente leva os mesmo produtos, mas pagando mais caro, ou gasta a mesma quantidade de dinheiro e reduz os alimentos, prejudicando a alimentação da minha família”, frisou.
Por: Isabela Lopes- Jornal O Dia