As plataformas de e-commerce, como AliExpress, Shein e Shopee conquistaram os brasileiros com produtos diversificados, preços acessíveis e entregas grátis. Porém, os consumidores terão que desembolsar um pouco mais se quiserem continuar comprando nesses sites internacionais. Isso porque será aplicada uma nova taxa de 20% sobre as compras internacionais de até U$ 50.
A medida entra em vigor hoje, 1º de agosto, e é uma antecipação para ajustar as declarações de importação conforme as novas regras do Governo Federal. Além disso, os produtos também estão sujeitos ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), de 17%, que já existia.
A taxação poderá afastar os consumidores desses sites, como a jornalista Lorena Passos (27), que já tem deixado de comprar nessas plataformas internacionais e aderido aos sites nacionais. A jovem conta que costumava comprar roupas que estavam em alta e também acessórios para pets na Shein, contudo, com a cobrança de taxas, o valor final passou a não compensar.
“Na Shein, eu comprava uma coleira por R$ 9, enquanto aqui em Teresina custa R$ 30. Porém, com a taxação, não compensa mais, pois o valor final seria igual ou até mais alto do que comprando aqui. Tem ainda a opção de comprar pelo aplicado em lojistas brasileiros, mas sairia o mesmo que comprar em lojas físicas, então eu tenho preferido ir à loja escolher meus produtos. Agora, tenho preferido assinar sites brasileiros que vendem esses produtos, pois, além de encontrar o que quero, ainda tenho vantagens, como cupons de desconto, combos e brindes”, cita a jornalista.
Segundo o economista Francisco Sousa, a cobrança dessa taxação sobre as compras internacionais poderá causar um impacto no modo de consumir dos brasileiros, que agora precisarão analisar se vale ou não a pena comprar nesses sites. Afinal, para o consumidor, o preço final a ser pago por esse produto se torna maior e talvez desagrade, devido à aplicação da carga tributária.
O economista destaca que o empresariado brasileiro costuma reclamar da competitividade, que o consumidor deixava de comprar o produto local para adquirir os importados, que tinham o valor mais acessível. Com a taxação, a tendência é que haja um estímulo para ocorrer uma busca contrária, aumentando a procura e compra dos itens vendidos por empresas brasileiras.
Esse também pode ser um bom momento para o pequeno empreendedor que vende produtos importados. Se antes esse comerciante competia diretamente com as lojas internacionais, que conseguiam vender sem tributação, com a cobrança desses impostos, a tendência é de que os valores dos produtos no mercado local fiquem iguais ou até menores que o internacional.
“Dependendo do preço que ele pratique, esse pequeno empreendedor pode ter até mais vantagem competitiva, já que o preço pode se tornar igual ou até menor, uma vez que esse pequeno empreendedor consegue comprar uma quantidade um pouco maior. Ou seja, se antes a pessoa comprava fora porque o preço era mais vantajoso, agora ela precisa fazer um comparativo para saber se realmente vale a pena comprar internacionalmente ou dentro do Brasil”, completa o economista Francisco Sousa.
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