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Com nova regra, Caixa só poderá financiar até 70% do imóvel

A medida passa a valer a partir do dia 01 de novembro e visa limitar o crédito concedido pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)

23/10/2024 às 13h39

23/10/2024 às 13h39

Ter uma casa própria é o desejo de muitos brasileiros, mas, esse sonho, para algumas pessoas, pode ficar um pouco mais difícil de realizar. Isso porque a Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou mudanças nas regras de financiamento de imóveis, que passam a valer a partir do dia 01 de novembro e visa limitar o crédito concedido pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que utiliza recursos da caderneta de poupança para financiar imóveis.

O corretor de imóveis, Daniel Campelo, explicou as principais mudanças apresentadas pela Caixa e qual a melhor maneira de financiar um imóvel. Nos contratos firmados por meio do Sistema de Amortização Constante (SAC), relacionado a imóveis prontos, que já estejam construídos, sejam novos ou usados, e aquisição de terrenos em construção, houve um aumento no valor da entrada dada pelo contratante. Se antes era de 20%, agora passa a ser de 30%, ou seja, se antes a Caixa podia financiar até 80%, a instituição passa a financiar apenas 70%. Já no sistema Price, em que as parcelas são fixas, a entrada dada pelo cliente, que era apenas 30%, agora subiu para 50%.

Essas mudanças pegaram a gente de surpresa e, a meu ver, como corretor de imóveis, vejo que isso vai impactar negativamente para os clientes que querem ser aprovados pela Caixa. Já os bancos privados estão vendo isso como uma oportunidade, já que eles continuam com o percentual anterior. Se o cliente só tem os 20% da entrada, ele agora vai começar a buscar os bancos privados ao invés da Caixa, apesar das taxas de juros serem um pouco maiores

Daniel Campelo corretor de imóveis

Pesquisas apontam que a Caixa Econômica Federal detém mais de 70% dos financiamentos de imóveis no Brasil, e 30% dos financiamentos são feitos com bancos privados, como o Banco do Brasil. Com essas novas mudanças, a estimativa do corretor é que esse percentual comece a sofrer variações.

“Fazendo uma análise observamos que: se o cliente não dispuser de 50% do valor da entrada, na modalidade Price, para comprar um imóvel pronto, seja novo ou usado, pela Caixa, ele vai ter que partir para um financiamento de banco privado. Como os clientes costumam ter um bom relacionamento com seus bancos privados, algumas taxas de juros ficam quase iguais. Esses bancos fazem isso para continuar mantendo seu cliente, que é um bom correntista e pagador”, destaca.

Daniel Campelo explica que a modalidade do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), da Caixa Econômica, contempla imóveis de médio padrão, utilizando os valores da poupança e do FGTS. Porém, a cada dia, os clientes estão utilizando menos essas funções, obrigando a Caixa a adotar medidas para contrabalançar a saída dos recursos.

Pesquisas apontam que a Caixa Econômica Federal detém mais de 70% dos financiamentos de imóveis no Brasil - (Freepik) Freepik
Pesquisas apontam que a Caixa Econômica Federal detém mais de 70% dos financiamentos de imóveis no Brasil

“As pessoas estão retirando os valores da poupança e usando para comprar imóveis ou fazer aplicações. A cada ano que passa esse valor que entra na Caixa está diminuindo, exigindo essas mudanças do banco”, comentou.

Mas, nem tudo está perdido. A dica do corretor é apostar em imóveis que estão na planta, ou seja, ainda serão construídos, que possuem taxas de juros mais baixas e continuam nas regras antigas. “Se a pessoa deseja mudar agora, talvez seja interessante um imóvel pronto, mas, se ela pretende usar esse empreendimento como investimento, os imóveis na planta são os melhores”, conclui o corretor Daniel Campelo.

Vale lembrar ainda que a Caixa só concederá crédito a quem não tiver outro financiamento habitacional ativo com o banco. O limite máximo de avaliação dos imóveis financiados com recursos do SBPE será de R$ 1,5 milhão, em todas as modalidades. Anteriormente, esse teto era aplicado apenas às linhas do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), enquanto as do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) não tinham um limite definido.


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