Israel de Assis Damasceno dos Santos, apontado como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) que comandou a chacina na Santa Maria da Codipi, foi preso pela polícia no inicio da tarde desta sexta-feira (4). Ele estava à caminho do velório de Bárbara Teresa Ferreira de Sousa, sua esposa que estava grávida de quatro semanas e foi morta na noite de ontem. Os autores do homicídio seriam integrantes do Bonde dos 40, facção rival.

"Recebemos a informação de que ele estaria na zona rural de Teresina, nas proximidades da comunidade Soin. Fizemos abordagens e visualizamos um veículo que estava a caminho do velório da Bárbara. Dentro desse veículo, havia quatro elementos, e um deles era o Israel. Fizemos a abordagem tática, rendemos o Israel, ele estava portando um revólver calibre 38", explica o Tenente Coronel Audivan Nunes.

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De acordo com a Secretária de Segurança Pública (SSP-PI), a onda de crimes na Zona Norte de Teresina iniciou após a morte de Bárbara. A jovem de 19 anos foi morta na tarde de ontem e, em retaliação, Israel orquestrou uma série de assassinatos na região junto com o irmão e outro homem identificado como Marciel de Oliveira Costa. Apenas um minuto após a morte da esposa, Israel rompeu a tornozeleira eletrônica e iniciou a caçada em busca dos rivais.

Segundo Matheus Zanatta, superintendente de Operações Integradas na Secretaria de Segurança Pública (SOI), três pessoas já foram presas e autuadas na Delegacia de Homicídios.

"Ele está sendo ouvido para que possamos esclarecer essa autoria. Ele deve dizer quem são os outros autores, mas o fato é que, após a morte da Bárbara, começou uma série de execuções pelo grupo de Israel. Inclusive, a arma apreendida com Israel, um revólver, foi usada em alguns dos homicídios dessa madrugada", afirmou.

Segundo a SSP, Israel Damacesno é o responsável por ordenar as mortes de Jennifer Lourrane Gomes de Sousa (16 anos), Eliton Emanuel Patrício dos Santos (13 anos) e Francisco das Chagas Silva dos Santos (42 anos). Além destas, outras quatro pessoas ficaram feridas: uma criança de 10 anos, uma criança de 11 anos, um homem identificado como Marcos Paulo e outro homem sem identificação. Clique aqui para ver a cronologia dos crimes.

"O Francisco das Chagas era uma pessoa com quem ele tinha uma rixa antiga. Inclusive, ele relatou que Francisco o havia delatado em um roubo, e por isso ele executou Francisco das Chagas essa madrugada. As demais pessoas executadas, a menina no supermercado e o menor na barbearia, tinham rixa com Israel por fazerem parte da facção rival", explicou o delegado Matheus Zanatta.

Motivação de crimes está relacionado a briga entre famílias de facção

Em coletiva de imprensa na manhã de hoje, o secretário de segurança Chico Lucas explicou que Israel de Assis Damasceno dos Santos foi preso no dia 30 de setembro durante uma operação do DENARC, mas foi solto em 2 de outubro. Menos de 24 horas após sua libertação, os crimes ocorreram. A motivação seria uma disputa entre a família de Israel, líder do PCC, e a família de Gilvan Rodrigues Gomes da Silva, líder do Bonde dos 40. Este último é primo de Jennifer Lourrane e pai de Eliton Emanuel, duas das vítimas fatais da chacina.

“Infelizmente, a gente está tendo uma dificuldade em ver a manutenção dessas pessoas presas, ou seja, quem praticou os homicídios foram presos no mês de setembro, no dia 30, foram liberados no dia 02, e em menos de 24 horas praticaram diversos homicídios. Por isso, a gente pede, faz esse clamor, para que essas pessoas continuem encarceradas, porque elas são violentas, elas não têm apego à vida, e elas não têm medo de usar a violência como arma. Se estivessem presos, não teriam matado”, ressaltou o secretário Chico Lucas.

Após a série de assassinatos, a Secretária de Segurança Pública informou que vai reforçar o policiamento na região. "A Polícia Militar sempre esteve com o planejamento de reforçar as áreas específicas na cidade de Teresina. Estamos com policiamento integrado na zona norte e, através desses homicídios, vamos levantar alguns pontos e reforçar, patrulhar e levar mais segurança e tranquilidade", disse Audivan Nunes.