A Polícia Civil está estudando a possibilidade de pedir a exumação do corpo de ex-companheiro de Francisca Maria da Silva, vítima de envenenamento e mãe das crianças envenenadas em Parnaíba. O pedido de exumação se justifica porque o ex-companheiro dela, segundo a polícia, teria morrido em circunstâncias parecidas com as demais mortes registradas na família. 

“É alguém que morreu um pouco antes das crianças, e que tinha náuseas, vômitos segundo as testemunhas ouvidas pelo delegado. Estamos testando tudo. Uma vez que houve a suspeita sobre o padrasto, que está preso, temos que verificar essa outra morte, porque o ambiente era o mesmo. Temos conversado sobre isso com o delegado”, explica o perito-geral do Instituto de Criminalística do Piauí, o médico-legista Antônio Nunes.

Assis Fernandes/O Dia

Antônio Nunes, perito-geral do Instituto de Criminalística do Piauí

O ex-companheiro de Francisca Maria faleceu em 2023. A polícia precisa verificar em que condições ele foi enterrado para saber se há possibilidade de fazer a exumação para encontrar respostas para perguntas ainda não respondidas no inquérito. Mas para além da possível exumação, a polícia continua com os testes nas vítimas que sobreviveram e nas amostras colhidas das vítimas que morreram envenenadas.

Estão sendo testados também os cajus ingeridos por João Miguel e Ulisses, morto envenenados no ano passado e que também eram filhos de Francisca Maria. “Em todos encontramos o mesmo pesticida: terbufós. Já temo algo palpável: se tenho o mesmo veneno, temos um ponto em comum. É razoável que testemos todo mundo que estava naquele ambiente e morreu nesse contexto, inclusive o ex-companheiro da senhora Francisca Maria, se for possível”, finaliza Antônio Nunes.