A primeira vacina contra o novo coronavírus (Covid-19) do mundo foi anunciada nesta terça-feira (11) pela Rússia. O comunicado foi feito pelo presidente do país, Vladimir Putin. A previsão é que estará disponível a partir de janeiro do próximo ano.
"Esta manhã foi registrada, pela primeira vez no mundo, uma vacina contra o novo coronavírus", disse o líder russo durante reunião com membros do governo, incluindo o Ministério da Saúde, que aprovou a regulação para o produto, desenvolvido em menos de dois meses de iniciados os testes em humanos.
Vladimir Putin (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Apesar do anuncio, a nova vacina é questionada por especialistas e a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu o cumprimento dos protocolos e dos regulamentos. Segundo Putin, o produto é "eficaz" e superou todas as provas necessárias, além de permitir uma "imunidade estável" face à Covid-19.
"Uma das minhas filhas tomou a vacina", afirmou Putin. "Dessa forma, ela participou da experiência. Depois da primeira vacinação, ela teve 38 graus de febre, no dia seguinte 37, e foi apenas isso", completou.
A Rússia espera agora poder iniciar a aplicação em massa, mesmo que estejam ocorrendo ainda testes clínicos para comprovar a segurança da vacina. As autoridades russas já tinham anunciado que os profissionais de saúde, professores e outros grupos de risco serão os primeiros a serem imunizados.
A vice primeira-ministra da Rússia, Tatyana Golikova, disse que a vacina vai começar a ser administrada a profissionais de saúde, a partir de setembro, e que estará disponível ao público em geral a partir de 1º de janeiro de 2021.
Decisão questionada
Muitos cientistas, no entanto, na Rússia e em outros países, questionaram a decisão de registrar a vacina antes que sejam completada a chamada Fase 3 do estudo - que, por norma, demora vários meses, envolve milhares de pessoas e é a única forma de provar que a vacina experimental é segura e funciona.
Nas últimas semanas, muitos cientistas expressaram preocupação com a velocidade em que estava sendo desenvolvida a vacina. A Organização Mundial da Saúde pediu "diretrizes claras" para o tratamento e o cumprimento dos protocolos e dos regulamentos em vigor.
Fonte: Agência Brasil