Familiares e pessoas próximas às vítimas são os principais agressores em casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. É o que aponta um levantamento realizado pela Ferba/Giusti para a Childhood Brasil, com base em reportagens veiculadas pela imprensa sobre o tema ao longo de 2018. Em 37% dos casos divulgados, os agressores eram padrastos, pais, mães, avós e outros parentes.
Apenas 16% dos acusados de violência sexual contra crianças e adolescentes são desconhecidos das vítimas. O estudo foi elaborado para destacar no Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, comemorado em 18 de Maio, a importância de estatísticas e estudos sobre o tema.
O levantamento analisou 933 reportagens veiculadas no online e impressos, entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2018, sendo descartadas as que tratavam do mesmo caso. A amostra inclui casos em averiguação pelas autoridades ou denúncias, não se podendo afirmar que foram efetivamente praticados pela pessoa indicada.
O estudo aponta que as meninas são as principais vítimas de violência sexual (76%) dos casos. Já os principais locais apontados como cenário do abuso são, pela ordem: casa da vítima (38%), casa do agressor (18%), não definido na reportagem (19%) e local público (14%). Outros locais citados pela imprensa foram escola, internet, trabalho, igreja, hospital e motel.
A região que concentra o maior número de casos é o Sudeste (27%), seguido por Nordeste e Centro-Oeste (21%), Norte (17%) e Sul (14%). Os cinco estados com maior incidência de notícias relatando abusos sexuais são: São Paulo (117 reportagens sobre abuso), Minas Gerais (69), Mato Grosso do Sul (74), Mato Grosso (71) e Paraná (67).
Importante lembrar que o Brasil trabalha hoje com dados descentralizados entre saúde, judiciário, segurança pública e conselhos tutelares, entre outros, sendo a principal ferramenta as estatísticas do Disque 100, canal de denúncias oficial do governo federal para qualquer violação de direitos humanos.
Fonte: Da Redação