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Deusdeth Nunes, o "Garrincha": as memórias de um homem que dedicou sua vida ao esporte

Ex-atleta e, hoje, cronista esportivo, Garrincha abriu as portas de sua casa para a reportagem de O Dia e contou algumas de suas memórias relacionadas ao esporte.

17/06/2024 às 13h01

Sentado em um sofá, no meio da sala de estar cheia de adereços do Botafogo - clube do coração, junto ao Ceará e o Flamengo-PI -, Deusdeth Nunes, o "Garrincha", concedeu uma entrevista para o Jornal O Dia. Com o seu característico humor "sem cerimônias", à base de trocadilhos, o que lhe é peculiar, Garrincha contou algumas de suas memórias ligadas ao esporte. Memórias que, segundo ele mesmo, já estão ficando raras na mente, por conta da idade. Mas o passar dos anos não apagou lembranças de fatos importantes na vida do ex-atleta e cronista esportivo.

Deusdeth Nunes, o Garrincha as memórias de um homem que dedicou sua vida ao esporte - (Assis Fernandes/ O DIA) Assis Fernandes/ O DIA
Deusdeth Nunes, o Garrincha as memórias de um homem que dedicou sua vida ao esporte

Nas lembranças, há um lugar reservado para a paixão dele pelo clube da Estrela Solitária; o trabalho de cobertura do futebol local - do auge na década de 70 até a decadência dos clubes piauienses. E uma das memórias mais especiais dele foi o dia em que carregou a tocha dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007, e quase se queimou com as chamas.

Há exatos 17 anos, no dia 17 de junho de 2007, lá estava Garrincha como um dos escolhidos para carregar o símbolo do espírito esportivo dos Jogos Pan-Americanos de 2007. "Quase me queimei. Eu pensava que era só de brincadeira, só pra televisão. Mas era tocha mesmo. Foi uma emoção, uma alegria, uma satisfação".

Deusdeth Nunes, o Garrincha as memórias de um homem que dedicou sua vida ao esporte - (Assis Fernandes/ O DIA) Assis Fernandes/ O DIA
Deusdeth Nunes, o Garrincha as memórias de um homem que dedicou sua vida ao esporte

O cronista conta que foi um dos momentos mais especiais da carreira, algo aguardado por ele. "A gente fica na expectativa. Como já estava na crônica esportiva, tinha minhas esperanças e veio (o convite de conduzir a tocha)". Na coluna "Um prego na chuteira", veiculada no Jornal O Dia, Garrincha ainda comentou outro acontecido inusitado durante o percurso de 400m: o cadarço do tênis que desatou!

"Eu sei que foi um sucesso este negócio da tocha. Eu, por mim, quando estava gostando, tinha acabado o tempo em cima da ponte Wall Ferraz, e anda desatou o cordão do tênis, foi uma fofoca danada. Confesso que foi uma emoção diferente conduzir o fogo olímpico. Eu que nunca neguei fogo, agora é que fiquei fogoso mesmo", escreveu a época.

Mas nas lembranças do ex-atleta não há só memórias boas. Garrincha, que viveu o auge do futebol piauiense, viu e ainda vê de perto a decadência dos clubes locais, especialmente os da capital. O caso que mais lhe dói é o do Flamengo-PI, clube que ele adotou e nutre um sentimento especial.

Deusdeth Nunes, o Garrincha as memórias de um homem que dedicou sua vida ao esporte - (Assis Fernandes/ O DIA) Assis Fernandes/ O DIA
Deusdeth Nunes, o Garrincha as memórias de um homem que dedicou sua vida ao esporte

Para quem já viu grandes Rivengos e times do Piauí se destacando em competições nacionais, em décadas anteriores, ver os clubes locais atualmente nas últimas divisões do futebol brasileiro, e sem perspectivas de avanços, é um tanto desestimulador.

"O tema principal da minha coluna é o futebol piauiense, mas como ele está praticamente parado, acabo tratando de outros esportes, inclusive os esportes olímpicos. É triste. Você sente desgosto em não ter um clube de sua terra para torcer. Tem que torcer para os times de fora. Uma pena termos regredido tanto".

Deusdeth Nunes, o Garrincha as memórias de um homem que dedicou sua vida ao esporte - (Assis Fernandes/ O DIA) Assis Fernandes/ O DIA
Deusdeth Nunes, o Garrincha as memórias de um homem que dedicou sua vida ao esporte

Se antes, a paixão pelo futebol na vida de Garrincha era dividida entre três times, aos poucos vai ficando apenas entre o Fogão e o Alvinegro de Porangabuçu. Porém, algo que não muda neste cearense erradicado no Piauí é o reconhecimento do esporte como um fator de promoção da saúde, bem estar e qualidade de vida e de desenvolvimento social. Por várias vezes, durante a entrevista, Garrincha repetiu uma frase e por isso escolhemos ela para encerrar esta reportagem: "O esporte é fundamental na vida de um cidadão!".

Garrincha fez muito pelo esporte e pela cultura de Teresina

Deusdeth Nunes nasceu em Aracaty - CE. Bancário, político, jornalista, escritor, humorista. Colunista desde 1964 no Jornal O Dia com Um Prego na Chuteira. Humorista com atuações nos palco e TV's piauienses. Comentarista esportivo de rádio. Apresentador do programa "Chão da Gente", na TV. Autor de mais de uma dezena livros sobre futebol e costumes piauienses. Viúvo duas vezes. Foi vereador por dois mandatos.


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